Maputo- O cinema africano de longa-metragem vai voltar a Maputo, 20 anos depois da última amostra do género, com a realização, no próximo mês, da Primeira Semana de Cinema Africano de Maputo, anunciou a organização do evento.
Em conferência de imprensa quarta-feira de divulgação do evento, João Ribeiro, director da iniciativa, disse que 16 filmes de ficção africana em longa-metragem serão exibidos, de 11 a 18 de Abril, em três espaços da capital moçambicana.
“Tentámos juntar na Primeira Semana de Cinema Africano de Maputo produções representativas do universo cinematográfico africano. Queremos oferecer uma alternativa ao cinema comercial que normalmente passa no país”, afirmou João Ribeiro.
O director da amostra indicou que o festival trará uma colecção de obras cinematográficas que “vão abalar tabus”, escalpelizando sobre temas como a poliandria, divindade e ciência africana.
“Será também uma forma de chamar a atenção das entidades intervenientes na produção cinematográfica sobre a urgência de promover e proteger esta modalidade cultural. Moçambique não tem uma lei sobre cinema, rádio e televisão, ainda se serve de uma norma antiquíssima neste campo”, enfatizou João Ribeiro.
Entre as produções que serão exibidas na Primeira Semana de Cinema Africano destacam-se “Tey”, do Senegalês Alain Gomis e vencedor do Fespaco, os “Óscares” africanos”, o filme do moçambicano Licínio de Azevedo, “Virgem Margarida”, vencedor de vários prémios, e os clássicos “Guimba”, do Mali, e “Buud Yam”, do Burquina Faso.
“É uma oportunidade de o cinema africano se fazer conhecer, porque é raro as produções do continente serem exibidas em África”, disse Licínio de Azevedo.
Paralelamente à mostra de filmes, a Primeira Semana de Cinema Africano terá sessões de debate sobre o cinema africano.
Fonte: Angola Press