Ludmilla abre jogo sobre insegurança e relembra ataque: “Neguinha macaca”

Um dos nomes mais fortes da música brasileira atual, Ludmilla abriu o jogo sobre sua insegurança e relembrou ataques racistas que sofreu no início da carreira.

no Universa

Imagem: Reprodução/instagram/ludmilla

Em entrevista à revista “Quem”, a cantora diz ser a “mulher mais insegura do planeta Terra” e contou que sempre que vai postar uma foto em suas redes sociais vira alvo de sua própria autocrítica; algo com o que ela aprendeu a lidar com o tempo.

“Se eu vou postar uma foto no Instagram, fico olhando para aquela foto mais de duas horas, reparando e pergunto para todo mundo o que eles acham. Para postar a minha foto mais curtida do Instagram, que eu ganhei mais de um milhão de curtidas, eu estava muito insegura (…) Não sou essa mulher confiante que aparento ser”, disse ela, que afirmou ter visto tudo mudar quando começou a elevar sua autoetima.

No bate-papo, Ludmilla falou também sobre como é ser uma inspiração para as jovens negras, que vêm ganhando representatividade maior na mídia recentemente.

“O pensamento padrão era o de que mulher negra não podia usar cabelo colorido, nem liso… Eu vim mudando isso tudo. As crianças e adolescentes quando me encontram falam que querem ter o cabelo igual ao meu”, comentou ela, relembrando ainda um episódio envolvendo Giovanna Ewbank e a filha, Titi. “A Titi não queria ir à escola por causa do cabelo. Daí, a mãe dela mostrou uma foto minha e falou: ‘O cabelo da Ludmilla é igual ao seu. Você não acha a Ludmilla bonita?’. Ela respondeu que ‘sim’ e foi convencida a ir para a escola. Então, fico bem feliz com isso.”

Por fim, a voz de “A Danada Sou Eu”, relembrou as dificuldades que passou no início da carreira, principalmente no início da carreira. Em um show, quando ainda se apresentava como “MC Beyoncé”, uma das pessoas da sua plateia a atacou, se referindo a ela como “neguinha macaca”.

“Eu comecei a cantar no palco e essa moça estava do lado da minha mãe e nem tinha ideia de que eu era filha dela. E a moça falou: ‘Gente, mas essa neguinha macaca que canta essa música?’. Minha mãe só ouvindo isso. Durante o show, essa moça começou a curtir. Quando eu desci do palco, ela pediu uma foto comigo. Minha mãe botou a mão na frente e disse: ‘Não! Você não vai tirar a foto com a ‘neguinha macaca’’. A moça ficou sem graça e saiu. Agora, na minha frente ninguém fala nada, até mesmo porque essas pessoas são covardes, elas fazem pelas costas ou escondidas atrás de um celular ou computador”, concluiu ela, dizendo ter criado um lado mais “durona” para se defender do preconceito.

+ sobre o tema

Após 14 anos, vigilante condenado por crime que não cometeu consegue anular sentença

Um vigilante que trabalhava no Tribunal de Justiça respondeu...

Shopping JK Iguatemi terá “rolé contra o racismo”

Evento marcado pela Uneafro para o próximo sábado já...

Un hombre es condenado a prisión por racismo contra indígenas brasileños

Un hombre ha sido condenado a prisión en Brasil...

para lembrar

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser...

Um goleiro entrou para a História, por Joel Rufino dos Santos

Quando, meses atrás, ocorreu com o Tinga, achamos que...

Airbnb e Uber mostram como funciona o racismo na era digital

Casos de preconceito em aplicativos revelam que a economia...

De vítima de racismo a policial

ERIC L. ADAMS Reação às mortes violentas de Michael Brown...
spot_imgspot_img

Shopping Higienópolis registrou ao menos 5 casos de racismo em 7 anos

O shopping denunciado por uma família após uma abordagem racista contra adolescentes já registrou ao menos outros quatro casos semelhantes nos últimos sete anos. O...

Pretos e pardos têm menos acesso à infraestrutura urbana que brancos

Pessoas pretas e pardas residem menos em endereços com características adequadas de infraestrutura urbana, quando comparadas à população branca. Esse retrato da desigualdade étnico-racial no...

E mulheres trans não são pessoas?

No mesmo dia, os EUA e o Reino Unido —dois países ocidentais que se colocam como bastiões da liberdade, muito embora até ontem metade...
-+=