Luiza Bairros diz que Estatuto da Igualdade Racial é a “Constituição do Negro da Bahia”

No ato que marcou a assinatura, pelo governador Jaques Wagner, da lei que institui o Estatuto da Igualdade Racial na Bahia, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, afirmou que “este estatuto acaba sendo uma espécie de constituição do negro da Bahia, que é um estado de maioria negra”, acrescentando que “o documento levanta aspectos particulares da nossa forma de viver na sociedade baiana, mas que são, ao final, aspectos atravessados pelo racismo. O estatuto vai falar das responsabilidades do setor público na Bahia, que finalmente se refere e trabalha como uma sociedade que é de maioria negra. O estatuto pode reorganizar toda a forma e perspectiva de atuação das instituições, dando ênfase aos poderes de justiça”. O professor, historiador e antropólogo Jaime Sodré afirmou que existe movimentação histórica da população negra para igualar as condições de oportunidades e representatividade do segmento na sociedade. “É importante que isto seja feito por meio de documentos eficientes. O governo atendeu a algumas de nossas reivindicações, integrou no seu quadro secretários e secretárias negras, e isto já é um avanço”.

O estatuto está alinhado com a legislação e políticas em desenvolvimento no âmbito do governo federal, que em 2010 aprovou a Lei 12.288, a qual institui o Estatuto Nacional da Igualdade Racial. O regulamento reúne uma série de orientações para reduzir, de forma progressiva, as desigualdades raciais que têm persistido ao longo da história da sociedade brasileira. Além disso, o documento constitui um marco das políticas públicas de governo já concretizadas, estabelecendo o princípio da igualdade racial em todas as estruturas da administração pública e a gestão no estado da Bahia. A construção do texto da lei passou por um processo intenso de debates, obtendo o empenho da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). A lei aprovada contempla avanços já implementados ou em fase de consolidação como a criação da secretaria, o Plano Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e o Fórum Estadual de Gestores de Promoção da Igualdade Racial. O estatuto contempla a criação do Grupo Intersetorial para Quilombos e da Comissão Estadual para a Sustentabilidade dos Povos e Comunidades Tradicionais, a Lei de Regularização Fundiária de Fundos e Fechos de Pasto e de Comunidades Quilombolas em terras públicas estaduais e devolutas, e a instituição da Rede de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa. São ainda tratados no âmbito da lei o Centro de Referência para Combate aos Crimes de Racismo e Intolerância Religiosa Nelson Mandela, a Política Estadual de Atenção Integral à Saúde da População Negra, além dos documentos base para a elaboração da política estadual para o incentivo do empreendedorismo negro.

 

 

 

Fonte: Blog do Fábio Sena

+ sobre o tema

PNDH3: Interesses ocultos contra os direitos humanos

Carlos Tautz Claro que por trás da reação contra...

A propósito de medios de comunicación

Noam Chomsky y las 10 Estrategias de Manipulación Mediática...

Dez comunidades do Rio terão jornal próprio a partir de fevereiro

Criado em 2005, o jornal Voz das Comunidades, que...

Evento promove diálogo entre sociedade civil e parlamentares em defesa dos Direitos Humanos

Com o início da nova legislatura, movimentos sociais e...

para lembrar

De 12 milhões de desempregados no primeiro trimestre, 64% eram negros

A pesquisa do IBGE sobre mercado de trabalho, detalhada...

Países do Brics partilham sistema de mídia que defende interesses da elite, diz pesquisadora

Raquel Paiva, coordenadora de estudo que mapeia a mídia...

Grupo aciona Supremo por direito a aborto se mulher tiver zika

A Associação Nacional de Defensores Públicos ingressa nesta quarta-feira...
spot_imgspot_img

Saúde passa a monitorar doenças pelo recorte étnico-racial

O Ministério da Saúde lançou o Painel Equidade Étnico-racial, uma nova ferramenta que vai ajudar a monitorar e enfrentar as disparidades entre grupos étnicos e raciais no...

Sempre estivemos aqui. Histórias da ditadura seguem na invisibilidade

Na esteira das comemorações do Globo de Ouro e do Oscar conquistados pelo brilhante filme Ainda Estou Aqui – homônimo da produção literária de Marcelo Rubens...

Como Geledés combate a discriminação racial na arena internacional

As Nações Unidas estabeleceram o dia 21 de março como o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial como uma data em memória ao Massacre...
-+=