Por Leno F. Silva
De novo, mais uma dança para embalar. Desta vez clássica, e com uma profunda carga dramática expressada por uma bailarina que aprendeu o ofício graças à generosidade de uma professora que decidiu ensinar balé a um grupo de meninas oriundas das ruas de Santiago do Chile.
Uma delas, Victória (Miranda Bodenhofer), encontrou nos passos clássicos o que precisava para externar suas dores e as suas perdas. Na falta da voz, fez da coreografia o seu objeto de manifestação. A cena em que ela se apresenta sozinha, no palco do teatro municipal é densa, sensível e bela.
Se isso despertou a sua curiosidade, não perca tempo e vá assistir “A Dançarina e o Ladrão”, filme dirigido por Fernando Trueba, em cartaz na sala 4 do Espaço Itaú de Cinema, que fica na Rua Augusta. Se quiser ver a fita na tela grande, corra. Para quem não está em São Paulo, fique atento ao lançamento na locadora de sua cidade.
Além da doce Victória, será uma delícia também conferir mais uma boa performance de Ricardo Darín, “O mestre Nicolás Vergara Grey”, e surpreender-se com a bondade sincera do personagem Ángel Santiago, vivido por Abel Ayala. Mais uma dança como pano de fundo para alegrar o olhar e renovar as nossas esperanças no amor, na amizade e na solidariedade. Por aqui, fico. Até a próxima.
Fonte: Lista Racial