Manifestantes fazem ato em SP contra morte de músico baleado pelo Exército no Rio: ’80 tiros em uma família negra’

Faixa com a frase: ‘parem de atirar em nós’ marcou ato em frente ao Masp, na Paulista. Músico negro foi morto após o Exército disparar 80 vezes contra o carro em que estava com sua família.

Do  G1 

Protesto na Paulista contra a morte de músico pelo Exército no Rio — Foto: Abraão Cruz/TV Globo

Manifestantes vinculados a movimentos negros fizeram um protesto neste domingo (14) na Avenida Paulista contra a morte do músico Evaldo dos Santos Rosa, de 51 anos, no último domingo (7) no Rio de Janeiro. Rosa foi morto quando o carro que dirigia foi alvo de pelo menos 80 tiros de fuzil disparados por soldados do Exército.

Com o nome “80 tiros em uma família negra, 80 tiros em nós!”, o ato se reuniu em frente ao Museu de Arte Assis Chateaubriand (Masp).

Uma imensa faixa com a frase “Parem de atirar em nós” marcou o protesto. Manifestantes se alternaram no microfone para falar sobre a perseguição de negros na periferia.

Entre as entidades que convocaram e apoiam o ato estão a Uneafro Brasil, Marcha das Mulheres Negras de SP e Kilombagem.

Protesto na Paulista contra a morte de músico pelo Exército no Rio — Foto: Abraão Cruz/TV Globo

Morte
O músico morreu por volta das 14h40 de domingo, quando dirigia seu carro pela Estrada do Camboatá, em Guadalupe, Zona Norte do Rio. No veículo, estavam também a esposa, o filho, de 7 anos, e o sogro do músico, além de uma amiga da família. Os sobreviventes disseram que que estavam indo a um chá de bebê.

O Exército inicialmente tratou Rosa como assaltante. Depois, determinou a prisão em flagrante de dez dos 12 militares ouvidos, “em virtude de descumprimento de regras de engajamento”. A Justiça manteve nove deles presos. Na quarta-feira (10), a Força lamentou a morte do músico e disse “jamais” admitir ou compactuar “com eventuais condutas” que conflitem com o compromisso de “absoluto respeito à dignidade humana”

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...