Racismo pandêmico: uma história de asfixias, mortes e apatias
Eu não consigo respirar! Essas palavras foram sussurradas quase sem fôlego por Jorge Floyde e João Alberto no instante em que estavam sucumbindo, asfixiados pelo que chamo de operadores do Estado e da iniciativa privada, para assegurarem a estrutura racista/supremacista fundante da classe dominante. Os ares colonizatórios destroem nossos pulmões. A população negra no mundo vem sendo asfixiada desde o processo de escravidão que mortificou as almas e os corpos do povo negro para dar “vida” a um novo modo de existência que podem ser compreendidos como mutações coloniais. Os processos de desumanização destroem de dentro pra fora. Primeiro, causa um estranhamento de si, ou seja, a epiderme identitária que contém a formação subjetiva do sujeito é rasgada. Flutuantes e desagregados de si, mulheres e homens negros perdem suas individualidades. Essa é a asfixia da alma! Haverá, pois, justiça para essa morte invisível? Sabemos que a causa primeira dos processos ...
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