O Ministério da Cultura (MinC) lançou a Campanha Cultura Negra Vive, ação integrante da campanha do governo federal: Brasil pela Igualdade Racial. A iniciativa abrangente conta com a participação do Ministério da Igualdade Racial (MIR), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), e de outras Pastas, bem como da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao MinC. A ação contínua celebra e destaca a importância da cultura negra no Brasil, promovendo a conexão simbólica entre o Dia Nacional da Cultura, celebrado em 5 de novembro, e o Dia Nacional da Consciência Negra, em 20 de novembro, que, pela primeira vez, ganha a condição de feriado oficial no país.
A Campanha Cultura Negra Vive busca não só celebrar, mas também fortalecer o papel da população negra na construção da identidade cultural brasileira. Esse marco histórico é uma homenagem a Zumbi, Dandara dos Palmares e outras figuras heroicas, como Aqualtune e Acotirene, que simbolizam a luta por liberdade e igualdade.
Mariana Braga, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério da Cultura, destaca a importância dessa ação para o Ministério. “A campanha Cultura Negra Vive visa dar visibilidade à forte presença das Culturas Negras Brasileiras nas ações desenvolvidas em todo o Brasil para o combate e superação do racismo, reforçando o papel central da Cultura no diálogo, com a sociedade brasileira, sobre a Consciência Negra. É uma oportunidade de afirmar que essas Culturas Vivem apesar das tentativas de apagamentos sofridas e que precisamos nos unir para que elas permaneçam vivas!”, disse.
Formulário
A campanha alimenta o Mapa do Brasil pela Igualdade Racial por meio do preenchimento de um formulário disponível no site, onde instituições e cidadãos podem cadastrar eventos e ações. Estes serão incorporados ao Mapa Colaborativo da Cultura Negra de novembro, permitindo a visibilidade das celebrações em todo o país.
Mobilização
O lançamento da campanha Cultura Negra Vive representa um momento importante para mobilizar toda a comunidade cultural, movimentos, grupos, artistas, trabalhadores, brincantes, Pontos de Cultura na luta contra o racismo no Brasil.
A arte e a cultura são elementos essenciais para transformar as comunidades, romper com preconceitos, reforçar as identidades e ampliar o entendimento e o diálogo entre diferentes povos, como explica Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura. “Somos um país marcado pela diversidade cultural e que precisa valorizar e reconhecer a imensa contribuição da população negra na formação da cultura nacional, das nossas identidades, somos e temos uma rica matriz africana. Uma potência cultural advinda da maior diáspora do mundo, lutar pela igualdade racial é lutar pelo Brasil”, acrescentou.
A secretária dos Comitês de Cultura, Roberta Martins, também destacou. “A participação ativa dos Comitês de Cultura vai colaborar para que a gente consiga mapear e jogar luz nas ações culturais que estão sendo desenvolvidas no Brasil profundo. Tem muita coisa acontecendo e o nosso objetivo é fortalecer essa rede de cultura, além de promover cada vez mais a conexão da sociedade com o legado e as narrativas da cultura negra, que sedimentaram a construção social do nosso país”, incentivou.
Campanha Tradições de Matriz Africana contra o Racismo
Para marcar o mês de novembro, o Pontão de Cultura Ancestralidade Africana no Brasil lançou, nesta terça-feira (5), em live no YouTube, uma campanha nacional de combate ao racismo por meio da valorização das tradições de matriz africana. No próximo dia 12 de novembro, ocorrerá o lançamento presencial na Fundação Palmares, em Brasília.
Segundo o Pontão, a campanha é necessária porque os povos tradicionais de matriz africana e seus territórios, em suas diferentes denominações, constituem um contínuo civilizatório africano no Brasil, espaços culturais de cultivo, disseminação e permanência da ancestralidade e abrigo da autoestima e da identidade do povo negro.
A ação busca denunciar o racismo e a violência contra as tradições de matriz africana, além de promover o engajamento da sociedade nesse tema e fortalecer as lideranças e autoridades tradicionais para a defesa dos seus territórios e dos seus direitos. “Os europeus civilizaram a África com pólvora. Nós civilizamos o Brasil com nossos tambores”, reforçou Bábà Paulo Ifatide, representante do Pontão.
O Ancestralidade Africana no Brasil é resultado do Edital Nº09 de Fomento a Pontões de Cultura e faz parte da estratégia do Ministério da Cultura de reativar a rede da Política Nacional de Cultura Viva (PNCV) nos territórios e por temáticas.
Entre as ações previstas no plano de trabalho está a realização de uma campanha nacional de combate ao racismo através da valorização da ancestralidade africana.