Perde-se um grande ativista, incansável na busca por respostas que pudessem reduzir as desigualdades consequentes do racismo estruturante, e como se dava o impacto no campo do HIV.
José Marmo foi coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde, uma instância de articulação da sociedade civil que envolve adeptos da tradição religiosa afro-brasileira, gestores e profissionais de saúde, integrantes de organizações não governamentais, pesquisadores e lideranças do movimento negro, visando a promoção da saúde da população dos terreiros e do entorno. Foi criada criada em São Luís do Maranhão, durante a realização do II Seminário Nacional Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (2003), a Rede tem como objetivos: – lutar pelo direito humano à saúde; – valorizar e potencializar o saber dos terreiros em relação à saúde e o reconhecimento destes como espaços promotores de saúde; – monitorar e intervir nas políticas públicas de saúde, exercendo o controle social; – combater o racismo, o sexismo, a homofobia, lesbofobia e todas as formas de intolerâncias; – legitimar as lideranças de terreiros como detentores de saberes e poderes para exigir das autoridades locais um atendimento de qualidade, onde a cultura do terreiro seja reconhecida e respeitada; – estabelecer um canal de comunicação entre os adeptos da tradição religiosa afro-brasileira, os gestores, profissionais de saúde e conselheiros de saúde para valorização do Sistema Único de Saúde.
Fica nosso reconhecimento pela seu comprometimento com a saúde pública e por ter sido um dos pioneiros em trazer a discussão sobre “aids e religião afro”, propondo um diálogo com a gestão para despertar a importância da contribuição das religiões na luta contra o HIV/aids
*Imagem retirada do site Aids.com