MPF apura violação de direitos de refugiados no Rio

Os procuradores regionais dos direitos do cidadão no Rio de Janeiro, Ana Padilha Luciano de Oliveira e Renato Machado, se reuniram, na última segunda-feira (29), com o Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados (CEIPAR) para debater sobre o novo decreto que regulamenta o CEIPAR, que tratará também das políticas públicas de atenção aos migrantes, e, por isso, se denominará CEIPARM. Durante o encontro, ficou determinado que o Ministério Público Federal no Rio, através da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), seguirá com assento permanente no Comitê.

Na reunião, os procuradores também conheceram a Associação Haitianos Cariocas, que relatou as dificuldades de se integrar à sociedade brasileira, inclusive na obtenção de documentação.

Recusa de atendimento pela PF

Durante a reunião, o Comitê relatou casos de suposta discriminação a migrantes e refugiados pela Polícia Federal (PF), sob a alegação de risco de contágio pelo vírus Ebola. A PF estaria se negando a atender africanos que já residem no Brasil. O MPF instaurou inquérito civil público para investigar esse suposto tratamento discriminatório pela PF em relação a refugiados e migrantes africanos.

De acordo com as informações do Ministério da Saúde sobre prevenção e controle do Ebola, “o período em que a pessoa infectada pode transmitir só inicia após o surgimento dos sintomas. Durante o período de incubação, a pessoa não transmite o Ebola. As pessoas podem infectar outras enquanto seu sangue e secreções contiverem o vírus (…) O vírus Ebola não é transmitido pelo ar”. Para o MPF, em princípio, nada justifica a exigência de atestados de saúde de qualquer pessoa que já esteja residindo no Brasil e casos envolvendo qualquer forma de discriminação e omissões ou ações ilícitas do poder público relacionadas aos direitos dos refugiados serão considerados como prioritários.

Os procuradores  estarão reunidos com o Comitê CEIPARM nos dias 20 de outubro, 17 de novembro e 11 de dezembro.

Fonte: Jb

+ sobre o tema

Precisamos criar já o Fundo Nacional de Combate ao Racismo

O Brasil está vivendo um momento singular: cresce, dia...

Nós, os humanos verdadeiros – por Eliane Brum

Precisei escutar o discurso do bem. O que dizem...

Black is Beautiful: é bom, é barato e é para poucos

Hoje cedo, na rua Do Ouvidor Quantos brancos horríveis eu...

Entre clube da luta e minimalismo: Onde fica o afrominimalismo?

Clube da Luta (Fight Club, 1999), do diretor David...

para lembrar

Gaby Amarantos é vítima de racismo na web e é defendida por fãs

Capa da "Boa Forma" de novembro, a cantora Gaby...

PMs atiram contra bandido que já estava imobilizado após sequestro-relâmpago na Barra

Secretário de Segurança ordenou que a corporação faça apuração...

Combate ao retrocesso nas cotas

"...Quando a universidade pública abriu as portas e ampliou...
spot_imgspot_img

Educação antirracista completa 20 anos no papel com obstáculos na prática

Em 2024, o Brasil completa duas décadas de publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História...

Uma vida dedicada a proteger mulheres nos EUA, na África do Sul e na Índia

"O patriarcado é tão profundo que se torna normalizado, invisível. Ele está sistematizado na forma como nossas sociedades tratam as mulheres", ouvi da feminista...

Apostas viram epidemia e pautam voto dos jovens

Tão real quanto as chamas que destroem e a fumaça que varre territórios é a epidemia de apostas que assola o Brasil. A prática,...
-+=