Mulher diz ter sofrido parto prematuro após ser detida por engano

Bruna Alves Ferreira, 23, mora com o marido e três filhos em uma casa no Jardim Cambuí. No dia 23 de dezembro, grávida de seis meses, ela ainda estava dormindo quando foi despertada por parentes avisando que dois homens estavam à sua procura. “Pensei que fosse alguém para me doar uma cesta básica.” Não era um presente.
Os dois homens eram policiais civis e perguntaram se ela se chamava Bruna. Ao receberam a confirmação, mandaram ela colocar um sapato e entrar na viatura. A dona de casa tentou argumentar, mas não adiantou. Seria levada para a delegacia e, posteriormente, para a cadeia.
Durante o depoimento, ao questionarem se Bruna era de Ibiraci e ouvirem que não, os policiais resolveram checar os documentos dela e constataram que tinham pegado a pessoa errada. Pediram desculpa e a levaram de volta para casa. O constrangimento foi o de menos. “Por causa do susto, eu passei a sentir mal e sofrer contrações. Minha bolsa rompeu, comecei a perder líquido e tive que ser levada para a Santa Casa. Minha filha nasceu dois dias depois de parto prematuro e segue internada na Santa Casa”.
Bruna é negra e disse que os policiais estavam atrás de outra Bruna, que é branca, e morava na mesma rua, porém, havia se mudado há pouco tempo. “O policial não pode fazer o que dá na cabeça dele. O cidadão comum tem que ser respeitado. Por causa desta atitude equivocada, a criança nasceu com apenas seis meses e está em estado crítico no hospital”, disse o advogado Moisés da Rocha Oliveira.
Na manhã de ontem, ele denunciou o caso à Corregedoria da Polícia Civil e afirmou que ingressará com uma ação de danos morais contra o Estado. A Delegacia Seccional informou que abriu um procedimento administrativo para apurar as circunstâncias do ocorrido e avaliar eventual responsabilização.
Fonte: GCN

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