Mulher negra com renda mensal de R$ 285 é perfil de maioria no Cadastro Único

Ter inscrição no CadÚnico é uma das condições para receber os R$ 600 do auxílio emergencial. Em dezembro de 2018, 2,6 milhões de famílias inscritas no programa tinham renda zero

Por Luisa Fragão, Da Revista Fórum

Foto de uma mão com segurando um celular, no celular mostra o app do auxilio emergencial
(Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)

A última pesquisa feita do perfil socioeconômico dos brasileiros inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), em dezembro de 2018, registrava que 83% das famílias inscritas eram chefiadas por mulheres. Na época, o banco de dados do governo federal para identificar famílias brasileiras de baixa renda somava 68,4 milhões de pessoas inscritas.

Estar no Cadastro Único é uma das condições que o governo federal estabeleceu para receber o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do coronavírus. Além desta, ser Micro Empreendedor Individual (MEI), cumprir o requisito de baixa renda ou ser contribuinte do INSS também são condições para receber o auxílio.

A média de integrantes de cada família era de 2,7 pessoas, número que confronta o imaginário social da classe média de que “pobre tem muito filho”. Ainda, 40 milhões de pessoas cadastradas na época tinham mais de 18 anos e, desses, a grande maioria eram negros (71,5%) e mulheres (62,6%).

A renda familiar era de R$ 285 por integrante e havia 2,6 milhões de famílias com renda zero. O levantamento foi feito pelo pesquisador Guilherme Hirata, da consultoria IDados, com base em informações da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação(SAGI), do atual Ministério da Cidadania, responsável pelo Cadastro Único.

Com informações do O Globo.

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