Mulher negra e miomas: Uma incursão na área de saúde, raça/etnia.

INTRODUÇÃO

Por Vera Cristina de Souza Do SlideShare

Foto: Reprodução Sobre Beleza

No Brasil, ainda são poucos os estudos que tratam da saúde da população negra, bem como das chamadas doenças raciais/étnicas1 com ela relacionadas, seja em virtude da dificuldade de se lidar com a complexidade da questão racial entre nós, seja da incompreensão, por parte de muitos, em admitir que ainda hoje persiste a discriminação entre negros e brancos. Esta situação se agrava ainda mais quando se trata de estudos sobre a saúde reprodutiva da mulher negra, na medida em que o interesse por assuntos nesta área, mesmo para a população feminina em geral, é muito recente.

È de domínio público a informação de que a qualidade de saúde pública no país, é de um modo geral precária, dado o conjunto de problemas que apresentam. Além disto, não é difícil constatar que o acesso a estes serviços varia para os diferentes grupos que compõem a população, com maior desvantagem para os negros.

A maioria da população negra das grandes cidades, em função da discriminação racial e social a que está sujeita, concentra-se na periferia dos centros urbanos, onde os serviços de infra-estrutura são mais deficientes ou inexistentes e as oportunidades econômicas e educacionais, as mais precárias (ROLNIK, 1989).

Dois importantes indicadores na análise das condições de vida de uma população são a mortalidade infantil e a mortalidade materna. Ao estudar estes dois indicadores por cor, TAMBURO (1987) concluiu que a mortalidade infantil da população negra é maior que a da população branca, o que, segundo a autora, entre outros fatores, pode ser também atribuído às piores condições de vida em que se encontram os negros.


1 Entendemos doenças raciais/étnicas como as patologias que prevalecem ou são quase exclusivas em determinados grupos populacionais classificados enquanto raciais (negros, brancos e amarelos) ou étnicos (ciganos, judeus, etc). A esse respeito ver OLIVEIRA, 1994

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