Mulher quer licença-maternidade por parto da companheira

A agente policial da província argentina de Córdoba, Karina Villaruel, de 32 anos, pediu seis meses de licença maternidade para acompanhar o parto da sua esposa e os primeiros meses de vida do bebê, gerado a partir de inseminação artificial.

Ela entende que as duas serão mães.

Villaruel argumentou que esse é, por lei, o período dado às funcionárias públicas da província que estão grávidas e ela interpreta que tem o direito por ser mulher, e mesmo não sendo quem espera o filho.

“Acho que vai ser importante para ela e para o bebê. Ou bebês, já que o exame mostrou que pode haver mais de um”, disse ela à BBC Brasil por por telefone.

Karina Villaruel foi uma das primeiras policiais da Argentina a se casar no papel graças à lei nacional de matrimônio igualitário.

A lei nacional data de 2010 e a Argentina foi o primeiro país da América Latina a aprová-la.

Villaruel contou que ela e Soledad Ortiz, de 28 anos, namoraram três meses, se casaram em fevereiro passado e em maio foi feita a inseminação.

“Para nossa alegria, ela ficou grávida logo. Ela está aqui comigo e estamos muito felizes. E acho que meu pedido à polícia vai abrir precedente que poderá ajudar outras mulheres. Eu sou mulher e quero estar perto dela e do bebê, ou bebês”, disse.

O pedido foi feito à polícia da província de Córdoba, onde ela trabalha, e em entrevista às emissoras de televisão argentina, chefes da polícia disseram que a “solicitação está sendo avaliada a partir das leis em vigor”.

A advogada de Karina Villaruel, Verônica Camacho, disse à imprensa local que não tem dúvidas sobre os seis meses que corresponderiam à sua cliente.

“Ela tem o direito a seis meses de licença porque apesar de a lei não falar a palavra “mãe”, são duas mães e elas têm os mesmos direitos em relação à licença, assistência e etc”, afirmou.

 

Fonte: DCM

-+=
Sair da versão mobile