Naomi Osaka reacende debate sobre saúde emocional de atletas

Tenista abandonou Roland Garros depois de ter sido multada e ameaçada de expulsão por não falar com a imprensa. Gesto recebeu críticas e apoio de colegas: “Sei como ela se sente”, disse Djokovic

FONTEEl País, por Alejandro Ciriza
Osaka durante partida da primeira rodada em Roland Garros, no último domingo. (FOTO: CHRISTIAN HARTMANN / REUTERS)

Em 2019, Naomi Osaka (23 anos) já havia conquistado dois dos quatro títulos de Grand Slam que possui e sua projeção midiática tinha adquirido uma dimensão considerável. Perguntada durante uma entrevista para este jornal, respondeu: “Para mim não é difícil dar entrevistas, porque normalmente se trata de alguém que me faz uma pergunta, em vez de eu começar a falar, sem mais. Sinto que cada entrevistador que conheci é como um amigo e tento abordar isso dessa forma. Nunca me sinto incômoda com a imprensa, procuro encarar isso da melhor maneira possível”.

Na segunda-feira, a japonesa anunciou que abandonava Roland Garros depois de ter recebido uma penalidade financeira de 15.000 dólares (cerca de 76.350 reais) por ter se recusado a participar da coletiva de imprensa habitual depois de sua vitória na primeira rodada contra Patricia Maria Tig. Antes, no dia 26, havia antecipado que em Paris não falaria com os jornalistas —infringindo o regulamento do circuito, que em sua condição de número dois no mundo a obriga a comparecer por contrato— porque “as pessoas não se importam com a saúde mental de atletas”, alegando receber perguntas repetitivas e outras que a faziam duvidar de si mesma.

Tenista extraordinária, Osaka tem dificuldades no saibro desde o início de sua carreira, como aconteceu com Pete Sampras e outros grandes tenistas. O norte-americano se aposentou com 14 títulos de Grand Slam, mas nenhum deles no saibro de Roland Garros. Presa na arena, a japonesa —com 34,2 milhões de euros, a atleta detentora do recorde histórico de prêmios anuais— decidiu se isolar nesta temporada. “Osaka? Não vai fazer nada. E nada é nada”, alertaram no departamento de comunicação do Masters de Madri há um mês, em resposta aos pedidos de entrevista. A mesma coisa aconteceria depois em Roma. E aumentou a aposta em Paris.

-+=
Sair da versão mobile