“Nenhum país do mundo conseguiu provar que reduzir da maioridade penal reduz criminalidade”

A socióloga Julita Lemgruber  lembra  o caso da Alemanha, que testou a redução da maioridade penal, mas voltou atrás. Ela assegura: vamos provocar uma situação de mais violência

por  no Ponte

No quarto vídeo da série “Sobre Crimes e Castigos”, a socióloga Julita Lemgruber fala que uma redução da maioridade penal para 16 anos vai provocar mais violência e destaca que os adolescentes são responsáveis por um percentual ínfimo da criminalidade letal no Brasil. Ela lembra também o caso da Alemanha, que testou a medida e recuou.

“A Alemanha que tinha reduzido a maioridade penal para 16 anos, voltou para 18 anos, porque eles perceberam que essa estratégia não contribuiu para reduzir criminalidade. Ao contrário. o que a gente vai é provocar uma situação de mais violência.”

Julita Lemgruber é ex-diretora do sistema penitenciário do RJ, ex-ouvidora de polícia do mesmo Estado, socióloga, pesquisadora e coordenadora da campanha “Da proibição nasce o tráfico”

YouTube video

Nesta semana, Ponte Jornalismo publica até sexta-feira, a série de vídeos “Sobre Crimes e Castigos”, um projeto documental que apresenta diversos pontos de vista sobre as contradições da proposta de redução da maioridade penal em pauta no Congresso Nacional.

Serão 10 entrevistas com estudiosos da criminalidade e operadores do direito (defensores, promotores, policiais, juízes, secretários de segurança pública, parlamentares) que, de dentro da máquina do Estado, tentam fazer ecoar uma voz alternativa às medidas punitivas predominantes.

O projeto “Sobre Crimes e Castigos” é de autoria de Marina Lima, roteirista, e de Vini Andrade, filósofo e cineasta.

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...