No melhor lugar

Manoelzinho Salustiano traz a São Paulo o maracatu do baque solto

CORTEJO DA VIRADA
Maracatu Piaba de Ouro

Enquanto na terra houver um Salustiano a cultura do maracatu existirá. Quem garante é o herdeiro natural do grande Mestre, Manoel Salustiano Soares Filho, de 43 anos, 29 dos quais de dedicação exclusiva à manifestação cultural pernambucana, cuja origem é atribuída a matrizes indígenas e africanas fundidas a folguedos praticados em engenhos de cana da Zona da Mata Norte do Estado. “O maracatu é minha vida, não consigo me ver em outra atividade a não ser dentro dessa cultura em que se aprende como numa faculdade”, diz aCartaCapital o primogênito do músico e artesão que em 11 de setembro de 1977 criou o Maracatu Piaba de Ouro. “Vivo disso e para isso. Aprendi com meu pai e me qualifiquei com mestres amigos dele”,  diz Manoelzinho, que vem a São Paulo participar da Virada Cultural. Em sua companhia, 30 dos 220 integrantes do Piaba de Ouro participam do Cortejo da Virada. Sábado 18 eles se unem a outras manifestações culturais que partem do Vale do Anhangabaú rumo ao Minhocão, no Centro.

Manoelzinho nasceu e se criou no terreiro de maracatu. Aos 14 anos começou os primeiros trabalhos artesanais, hoje conhecidos dentro e fora do País. “Fazia cada coisa feia e meu pai dizia que era bonito, aí eu me dedicava mais ainda. Ele falava que eu seria um artista e eu acreditei.” Dos outros 14 irmãos, 11 estão no grupo que Salustiano criou para matar a saudade da cultura de sua terra, Aliança. Quem lidera o folguedo é um dos filhos mais novos do Mestre, Dinda Salu, “menino que improvisa como um poeta”. Mesmo reduzido, o cortejo vem com representação completa, caboclos de lança, rei, rainha, baianas, músicos. Nas coloridas fantasias confeccionadas pelos integrantes estão pedreiros, motoristas, trabalhadores rurais, gente comum a viver momentos iluminados. “O maracatu nos ensina que somos todos iguais, tanto faz um traje de 3 mil reais quanto um de 100. Quando estamos ali nos sentimos no melhor

Naná Vasconcellos e as nações de maracatu ecoam em Recife

Maracatu, afoxé e percussão na Terça Negra de 7 de setembro

 

Fonte: Carta Capital

+ sobre o tema

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...

para lembrar

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o...
spot_imgspot_img

Feira do Livro Periférico 2025 acontece no Sesc Consolação com programação gratuita e diversa

A literatura das bordas e favelas toma o centro da cidade. De 03 a 07 de setembro de 2025, o Sesc Consolação recebe a Feira do Livro Periférico,...

Mostra em São Paulo celebra produção de cineastas negros no Brasil

Uma seleção de filmes brasileiros realizados por cineastas negros ou que tenham protagonistas negros é a proposta da OJU-Roda Sesc de Cinemas Negros, que chega...

O dia em que os deputados brasileiros se negaram a abolir a escravidão

Se dependesse da vontade política de alguns poucos, o Brasil teria abolido a escravidão oito anos antes da Lei Áurea, de 13 de maio de...