Os americanos estão pasmos com o assassinato de Alton Sterling, negro baleado por uma dupla de policiais em Baton Rouge, em Louisiana. O vídeo do homicídio caiu na rede, comprovando a brutalidade histórica com a qual a comunidade afroamericana é obrigada a lidar no país. Normani Kordei, a integrante negra do Fifth Harmony, publicou uma carta aberta sobre o assunto nesta quinta (7/7). Ela está no Japão, mas acompanhou as notícias:
Por: Leonardo Torres, do POPline
“Estou furiosa. A realidade desse mundo me deixa amedrontada. Sendo uma mulher de cor, posso dizer verdadeiramente que não me sinto segura perto desses que são empossados para honrar e cumprir a lei. Eu não deveria me preocupar toda vez que meu pai caminha em frente à porta da minha casa. Eu não devia ter medo de que ele fosse levado de mim e baleado até a morte por falsas percepções de que todos homens negros são perigosos e sem educação ou status. Tem havido muitos assassinados insensíveis por policiais, que não foram punidos. O governo não está fazendo um bom trabalho em policiar a si mesmo. Parece que ninguém liga que essa perseguição com pessoas de cor, que chega até aos seus quintais em casa. Também acredito que aqueles que não são negros deveriam tomar uma atitude e falar sobre essas tragédias. A primeira etapa é ser verdadeiro e consciente de que problemas raciais continuam nesse país. Tristemente, nas redes sociais e nas notícias, minorias são sempre retratadas como criminosos violentos e pessoas preguiçosas, que não querem trabalhar e vivem à parte do estado social. Donald Trump, o homem que quer ser nosso presidente, se sente no direito de ir nas redes sociais e fazer comentários ofensivos sobre cada grupo minoritário, mas fica calado sobre algo importante como isso. Por que não há debates suficientes sobre a violência das armas em nossas comunidades? As pessoas estão sempre falando sobre armas nas mãos de portadores de armas responsáveis, mas ainda temos policiais que abusam completamente desse direito. Uma sociedade que não confia no que deveria ser bom e justo só cria caos e ressentimento pelas autoridades. ONDE ISSO TERMINA? Precisamos de mais solucionadores de problemas de injustiça ao invés desses que só falam e não fazem nada. A injustiça não tem cor de pele ou fronteiras. #BlackLivesMatter”
O assassinato do jovem reacendeu o clamor na campanha BlackLivesMatter, traduzido como “as vidas dos negros importam”. Beyoncé também trata desse assunto no filme “Lemonade”, ao colocar em cena as mães de jovens negros inocentes mortos por policiais brancos.