UE denuncia exploração a empregadas domésticas irregulares

As empregadas domésticas em situação irregular enfrentam em inúmeros casos uma situação de exploração e abusos que as tornam vulneráveis a “distintas formas de violência de gênero, incluindo a agressão sexual”, denunciou nesta terça-feira a Agência dos Direitos Fundamentais europeia (FRA, na sigla em inglês).

“O trabalho doméstico costuma ser realizado por mulheres (frequentemente imigrantes em situação irregular) vulneráveis a múltiplas formas de discriminação derivadas de distintas maneiras de violência de gênero, incluindo a agressão sexual, assim como a discriminação racial”, aponta uma das conclusões de um relatório divulgado nesta terça-feira em Viena.

Entre as formas de exploração mais documentadas estão os baixos salários, excessivas horas de trabalho, a ausência de seguro médico e cobertura por acidentes e doenças.

Esta situação é possível porque o trabalho doméstico, em geral, costuma estar menos sujeito a inspeções das autoridades do que outras formas de emprego, indica outra das conclusões do relatório.

“Uma vez que a pessoa se encontra no país e foi empregada apesar de sua situação irregular, as normas básicas do direito trabalhista e dos direitos humanos devem ser aplicadas”, declarou em comunicado o diretor da FRA, o dinamarquês Morten Kjaerum.

No entanto, esta exigência não se aplica em inúmeras ocasiões, já que o medo da deportação e da demissão desestimula as vítimas a denunciarem sua situação. Por outro lado, caso o trabalhador decida reportar a exploração às autoridades, enfrenta diversas barreiras.

Além do receio dos órgãos públicos por conta da situação irregular, fica difícil provar os vínculos trabalhistas por não terem um contrato assinado.

“Do mesmo modo, já que trabalham em um contexto doméstico, pode ser difícil provar um suposto caso de abuso, por exemplo”, acrescenta o relatório.

“Da perspectiva dos direitos fundamentais, é importante melhorar a situação de todos os trabalhadores do serviço doméstico na UE, independentemente de residirem regular ou irregularmente em um Estado-membro da União”, afirmou o diretor do FRA.

 

Fonte:  Terra

+ sobre o tema

Menina de 14 anos, vítima de estupro, é humilhada por promotor durante audiência

O promotor de Justiça Theodoro Alexandre, do Rio Grande...

Libertadores e Copa Sul-Americana dão passo histórico na valorização do futebol feminino

Agora, os times que pretendem disputar a Copa Libertadores...

Dez passos para combater o nosso machismo ridículo.Por Leonardo Sakamoto

Passei tanto tempo tentando explicar a um grupo de...

“Quem é o homem?”: o que a divisão de tarefas domésticas revela sobre questões de gênero

Decidir dentro de um casal homossexual quem é responsável...

para lembrar

Eleonora Menicucci: Respeito às mulheres que sofrem violência sexual

Eleonora Menicucci: "Estima-se que, a cada 12 segundos, uma...

Geledés participa da Conferência de População e Desenvolvimento para America Latina e Caribe

Sociedade Civil da América Latina e Caribe levanta sua...

A potência de Adelir – Por: ELIANE BRUM

Que dogmas tão profundos a gestante de Torres feriu...

Letra machista de Emicida levanta polêmica

Trepadeira, do novo álbum do rapper, diz que mulher...
spot_imgspot_img

O atraso do atraso

A semana apenas começava, quando a boa-nova vinda do outro lado do Atlântico se espalhou. A França, em votação maiúscula no Parlamento (780 votos em...

Líder de luta das domésticas receberá título de doutora honoris causa

Uma das pioneiras da luta das trabalhadoras domésticas no Brasil, a sindicalista e ativista Creuza Oliveira vai receber o título de doutora honoris causa concedido pela...

Acúmulo de funções e falta de registro: domésticas relatam dificuldades para conseguir direitos básicos

Dez anos depois da PEC das Domésticas, trabalhadoras do setor em todo o país ainda lutam por direitos básicos. Em Salvador, a equipe conversou várias...
-+=