Na segunda-feira, 04 de julho, foi lançado na cidade São Paulo o primeiro Anuário das Mulheres Brasileiras, realizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SEPM) e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
O trabalho reuniu dados sobre a situação das mulheres em diferentes espaços da sociedade como saúde, educação, mercado de trabalho, afazeres domésticos, além de informações sobre violência.
Na atividade de lançamento, a presidente do DIEESE, Zenaide Honório, explicou que o documento foi realizado no intuito de subsidiar o debate e a formulação de políticas públicas para as mulheres no Brasil. Além disso, a secretária de articulação institucional da SEPM, Angélica Fernandes, lembrou que o trabalho também será de utilidade para as mulheres trabalhadoras formularem políticas específicas nas centrais sindicais.
Sobre o mercado de trabalho, o Anuário mostrou que, ainda que a participação das mulheres tenha aumentado, desigualdades de salários e de ocupações ainda permanecem. Os dados apontaram que as mulheres brasileiras ainda exercem as funções que historicamente desempenharam. Elas são maioria nos setores de serviços de cuidados como educação, saúde e serviços sociais. A área de serviços domésticos, inclusive, apareceu como a profissão majoritária entre as mulheres, de acordo com a pesquisa de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domícilios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Além disso, segundo a mesma pesquisa, os homens têm remuneração média quase duas vezes superior a das mulheres. Entre elas, as que apresentaram menor rendimento mensal foram as moradoras das áreas rurais do Nordeste, com R$ 205, enquanto o maior rendimento médio mensal foi registrado na área urbana da região Sul, com R$ 695. Outra informação é que o número de mulheres negras assalariadas ainda é menor que as não-negras.
Sobre violência doméstica no Brasil, o Anuário constatou que a maioria das vítimas são mulheres. Em 2009, 43,1% das mulheres brasileiras foram agredidas no ambiente familiar contra 12,3% dos homens. A região Nordeste lidera as estatísticas com 47%, seguida da região Centro-Oeste com 45%.
O Anuário já está disponível na rede, acesse aqui