ONU lembra compromisso regional pelo fim da violência contra mulheres rurais

Para marcar o Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, observado no dia 25 de cada mês, a ONU Mulheres lembrou a Declaração de Santo Domingo, um compromisso regional para melhorar a vida de mulheres no meio rural. Documento alerta para tendências conservadoras e patriarcais que negam direitos às mulheres.

Da ONUBR

Mulheres representam 20% da mão de obra do setor agrícola na América Latina e Caribe. Foto: Banco Mundial/Romel Simon

No final de semana, a ONU Mulheres celebrou o compromisso de 29 países latino-americanos e caribenhos com o fim da violência de gênero no meio rural. Para marcar o Dia Laranja pelo Fim da Violência contra as Mulheres, observado no dia 25 de cada mês, o organismo lembrou o novo acordo regional sobre o tema, a Declaração de Santo Domingo, firmada no início de fevereiro.

Adotado em um processo participativo, que recebeu contribuições de 60 organizações da sociedade civil, o documento visa melhorar as condições de vida de 58 milhões de mulheres que vivem no campo, na América Latina e no Caribe. Esse grupo inclui não apenas as agricultoras familiares, mas também as mulheres indígenas, quilombolas, pescadoras, ribeirinhas e extrativistas.

A Declaração de Santo Domingo determina que nações adotem medidas para “prevenir, sancionar, eliminar e reparar todas as formas de violência e discriminação contra mulheres e meninas rurais em toda a sua diversidade, nas esferas pública e privada, para garantir o pleno desenvolvimento e respeito pela sua dignidade e penalizar qualquer ato de racismo e discriminação contra mulheres e meninas nas áreas rurais”.

O marco regional reconhece ainda que a população do sexo feminino no campo enfrenta “múltiplas desigualdades e discriminações, que se cruzam, agravadas por correntes patriarcais e anti-direitos contrárias à igualdade de gênero e, em muitos casos, fundamentalistas”.

Ainda segunda o documento, essas tendências “reforçam os estereótipos, rejeitam o conceito de gênero como uma categoria de análise e querem manter um sistema de poder baseado na divisão sexual do trabalho”.

A declaração foi firmada em encontro de associações feministas e governos para discutir a participação de instituições e países latino-americanos na 62ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres.

O encontro global acontece dos dias 12 a 23 de março na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Neste ano, a conferência tem como tema os desafios vividos pelas mulheres e meninas no meio rural. A pauta do evento orientou as ações virtuais de conscientização da ONU Mulheres para o Dia Laranja em fevereiro.

+ sobre o tema

Festival de música anuncia área especial para mulheres e causa polêmica

Um dos festivais mais célebres na Europa, o Glastonbury...

Denúncia de violência contra mulheres aumenta 40%

Segundo governo federal, resultado se deu após início da...

Maioria das mulheres negras não exerce trabalho remunerado, aponta estudo

Menos da metade das mulheres negras brasileiras exerce trabalho...

Projeto que dificulta atendimento a vítimas de estupro será votado na terça-feira

Após divergências, o Projeto  de Lei que visa dificultar...

para lembrar

‘Eu, mulher negra, não posso frequentar certos espaços’

Foi numa mesa de um boteco, ali no bairro...

Jovem hétero convida amigo gay para ser par em baile de formatura

O jovem Anthony Martinez estava eufórico, talvez desesperado em cada comentário recente...

Anelis Assumpção: ‘Feminismo é um mar completo e vai abraçar todas as pessoas’

Anelis Assumpção é paulistana da gema. Criada no bairro da...

Se o casamento gay te ofende tão biblicamente, você deveria ler isso…

Quero começar dizendo que sou cristã. Sempre fui e...
spot_imgspot_img

Só sete estados têm leis específicas de proteção contra assédio sexual a servidores

Apenas sete estados contam com leis que visam ampliar a proteção contra assédio sexual de servidores. Nesses locais, os estatutos de profissionais públicos vão além do...

Mulheres afirmam que foram assediadas por Silvio Almeida: ‘Tive noção de que era algo grave’

O Fantástico, que entrevistou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também falou com sete mulheres que acusam Silvio Almeida. Duas gravaram entrevista. Entre elas, a professora...

Salvador elege Eliete Paraguassu, primeira vereadora quilombola da cidade: ‘a gente rompeu a barreira do racismo’

Eliete Paraguassu (Psol) se tornou a primeira vereadora quilombola eleita em Salvador. A vitória foi desenhada neste domingo (6), no primeiro turno das eleições...
-+=