Os participantes do painel “Capital a serviço da Diversidade” deram diversos recados para o BNDES sobre como conseguir fazer a diferença para a equidade racial. E salientaram como o banco tem atuado nos últimos anos, sem desenvolver uma política em prol do desenvolvimento dos empreendedores negros. O presidente do banco, Aloizio Mercadante, estava na plateia.
– O BNDES implicitamente e explicitamente atua como ferramenta a serviço do pacto da branquitude – disse Alan Soares, um dos fundadores do Movimento Black Money.
O professor e intelectual Hélio Santos concordou:
– Este evento é um marco. Historicamente, o BNDES é uma imensa caixa de ação afirmativa para homens brancos bem nascidos.
Para Santos, o empreendedorismo negro não pode ser visto como uma iniciativa liberal atrasada, mas como um forte fator democrático. Assim, em sua opinião, o BNDES deve simultaneamente investir de forma a induzir o desenvolvimento tecnológico avançado e em equidade racial para reduzir a desigualdade. Sugere ainda criação de uma diretoria voltada para a equidade racial.
Para Cida Bento, conselheira e fundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades, as políticas do BNDES devem ter condicionantes: que os tomadores de crédito provem com métricas a redução das desigualdades econômicas e raciais. A intelectual salientou a importância do exemplo da liderança no processo de mudança.