É mais do que justa a indignação de muitos ativistas, atores de Hollywood e boa parte do público em geral ao saber que, pelo segundo ano seguido, apenas atores brancos estão na disputa pela estatueta mais cobiçada do cinema mundial, o Oscar.
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E com as redes sociais, fica cada vez mais difícil conseguir abafar qualquer indignação popular. Prova disso, é que a própria academia do Oscar, que tentou ignorar o assunto no início, já reconheceu o erro e prometeu uma reforma em seu júri, que de 5 mil pessoas, é composto em mais de 90%, por homens brancos.
A presidente do Oscar, Cheryl Boone Isaacs, garantiu que, a partir do ano que vem, o juri deverá incluir latinos, negros, homossexuais e outras minorias. Mesmo assim, diversos artistas já informaram que não vão comparecer na cerimônia, dentre eles, Jada Pinkett, Jada Smith, Will Smith, e o diretor Spike Lee.
O curioso é que, enquanto o Oscar e Hollywood ainda ficam na promessa de lutar por mais inclusão, produções da Netflix, por exemplo, transbordam no quesito diversidade (e isso não é um publieditorial, mas apenas um reconhecimento sincero).
Orange is the new black, Grace & Frankie, Sense 8, Jéssica Jones, Narcos, Degrassi… São muitos os exemplos de filmes e séries próprios da gigante do conteúdo on-demand, que incluem não apenas negros, mas também idosos, pardos, gays, lésbicas, transexuais e latinos.
Grace & Frankie é incrível e tem 4 protagonistas da terceira idade. Em Orange Is The New Black, pelo menos metade do elenco é composto por negros e latinos. Sense 8 tem, sem sombra de dúvidas, a maior diversidade na escolha de um elenco protagonista. Isso só para citar alguns exemplos. Claro que é injusto dizer que não há tentativas louváveis disso fora da Netflix. Algumas novelas brasileiras recentes e muitos filmes e seriados americanos já inserem estes personagens em suas tramas há algum tempo. Mas na maior parte das vezes, eles não estão ali de maneira natural, como já acontece no Netflix e na vida. São sempre minoria, uma excessão à regra, quase como se entrassem apenas por uma política de cotas.
O êxito da Netflix em suas produções, mostra que é possível sim fazer entretenimento relevante e de qualidade, incluindo a todos, sem que isso signifique abrir mão de sucessocomercial e de público.
Como prova, vale a pena dar uma olhada na imagem abaixo, onde pode-se comparar os protagonistas do Oscar 2015 com muitos dos protagonistas das produções da Netflix. Mais uma vez fica provado à mídia tradicional e aos veteranos, que o mundo felizmente já é outro. E quem não acordar pra isso, não será mais perdoado.