Uma história que começa anunciando que “o mundo estava em festa!” só pode enveredar por caminhos felizes como estes que o caçador e seu povo percorrem nas 40 páginas do livro infantil “Do Arco e Flecha ao Berimbau” (Pallas Míni), escrito por Rui Rosa e ilustrado por Camilo Martins.
Autor e desenhista mostram, por A mais B, que o arco musical, feito na África, foi o pai de todos os outros instrumentos de corda, como pianos, harpas, liras, cítaras, violas, violinos, cavaquinhos, bandolins e ukelelês. Da mesma forma, uma larga corrente de historiadores defende que os primeiros passos da humanidade foram dados em território africano.
“O arco musical é o primeiro ancestral dos instrumentos de corda, com histórias que datam de mais de 30 mil anos. Por ser tão antigo assim, fica muito difícil termos precisão sobre como se deu sua criação, mas dizem por aí que sua origem está atrelada a um tradicional instrumento de caça: o arco e flecha”, escreve Rui, arquiteto e urbanista carioca, filho da também escritora Sonia Rosa.
Já o berimbau seria um descendente do arco e flecha. “Ele, que tanto conhecemos das rodas de capoeira daqui do Brasil, fora trazido no período da escravidão pelos negros africanos que lutaram para manter suas culturas e suas histórias vivas. O berimbau é um instrumento mágico cheio de ancestralidade, utilizado tanto para as comemorações quanto para os rituais fúnebres”, conta o autor, que estreia nas tintas com este livrinho.
“Caçador, além da caça,
trazia também cantoria.
As crianças se animaram
e queriam fazer também
aquilo que ele fazia.
O almoço estava pronto.
A caça havia se tornado comida.
O arco e flecha havia se tornado instrumento.
A dor havia se tornado alegria.
A cantoria havia se tornado conhecimento”.
“Do Arco e Flecha ao Berimbau”
Rui Rosa e Camilo Martins
Pallas Míni
40 páginas
Preço sugerido de R$ 79
