Os africanos pedem aos Estados Unidos da América um olhar para apectos positivos do continente.
Os especialistas de política internacional e economistas entendem que a presença da China em África “acordou” Washington para a importância do continente. Ao analisaram a Cimeira EUA-África, alguns afirmam que o objectivo do encontro entre o presidente norte-americano e os chefes de Estados africanos, serviu para reduzir o avanço dos investimentos chineses no continente, informou a Voz da América.
Segundo Paulo Cristóvão, especialista de assuntos económicos, a cimeira vai trazer para o continente grandes investimentos, ao passo que os Estados Unidos consolidam a sua posição no mercado africano.
“África ganha crescente importância no contexto internacional, as parcerias entre África e China vêm despertar o mundo relativamente ao continente. Nos anos anteriores, África não era tida como parceira, era apenas um depósito onde ia se buscar o material e onde ia se dar os donativos. Mas nos últimos anos os líderes africanos têm mudado a sua política de filosofia de governação, procuram olhar mais para a questão estrutural das suas economias e dos seus povos, então esta é a conquista que África tem hoje”, esclareceu Cristóvão.
Por sua vez, o analista de política internacional, Manuel Tomás, afirmou que os Estados Unidos se sentiram ultrapassados pelo facto da China estar a ocupar um espaço e a reverter a influência dos Estados Unidos em África.
“Nós vimos que os EUA ainda controlam o espaço e conseguiram transmitir aquilo que são os seus princípios perante o continente africano”, disse.
Para o especialista, a cimeira seria o meio ideal para os africanos pedirem aos Estados Unidos da América um olhar para os apectos positivos que contribuem para o desenvolvimento do continente, respeitar os principio de cada Estado ou seja respeitar a soberania dos africanos.
“Obviamente os líderes africanos também conseguiram impor aquilo que são as suas convicções, dizer que os EUA deve respeitar os princípios africanos”. Segundo o analista o presidente do Senegal, ao discursar na cimeira, sublinhou a necessidade de se olhar para África com outros olhos e a necessidade de se respeitar a África. “Os Estados Unidos não abdicaram dos seus princípios sobre o respeito dos direitos humanos e a democratização, e os países africanos não abdicaram dos seus esforços da sua própria democratização”, disse.
Fonte: Rede Angola