Pela primeira vez em SP, Lionel Richie ignora novo disco em show e exibe sentimentalismo sem pudor

Há dois grupos fáceis de reconhecer nas pessoas que vão ao show de Lionel Richie: aquelas que querem ouvi-lo cantar e aquelas que querem se ouvir cantar. Compreensível, já que em seus 61 anos de idade o cantor passou 42 deles mantendo uma respeitável coleção de hits, distribuída em uma dezena de compilações e discos ao vivo. E para mais uma coletânea digna de sua carreira –solo ou com os Commodores–, Lionel selecionou 20 músicas para cantar junto com o público de São Paulo, na noite deste sábado (28), no Ginásio do Ibirapuera.

Pela primeira vez no Brasil, Lionel veio com uma missão: satisfazer o público e dar aos fãs o que eles querem. Talvez por isso nenhuma música de “Just Go” –seu disco mais recente, lançado no ano passado sem causar efeito nas paradas– tenha encontrado espaço no repertório. Decisão acertada, já que o álbum soa como um genérico do R&B atual, em que Lionel tenta se inserir na cena norte-americana a reboque de Akon, Ne-Yo, Tricky e companhia. A (única) referência ao novo trabalho no show limitou-se à reprodução da capa do CD num telão de seu cenário.

À frente de uma multidão que, aparentemente, o encontrou pela primeira vez em vinil, um sorridente Lionel Richie apareceu às 22h no palco –com meia-hora de atraso– dançando ao som de um remix que introduziu “All Around The World”, lançada em 2007 em um outro remix de Bob Sinclar. Todo de preto e vestindo calças justas, seu guarda-roupa parece não ter mudado muito durante sua carreira. Felizmente, sua voz também não, como mostrou na sequência com “Penny Lover” e em 1h30 de show –pouco para quem disse que “demorei muito para estar aqui, e agora que estou não vou deixa-los nunca mais”.

No palco, Lionel exibe todo seu sentimentalismo sem qualquer pudor. Estão lá “Easy”, seu hit de 1977 feito para colocar os Commodores no mainstream e sua melodia irresistível intercalando versos de “My Love”, e os acordes ao piano de “Three Times a Lady” (lembrando aqui quando é comparado a Barry Manilow), “Stuck On You”, “Still”, “Oh No”, do mega-hit “Say You Say Me” e de “Endless Love”, antecipada por um pedido: “eu faço a minha parte e vocês fazem a parte de Diana Ross”, disse ao convocar a plateia para cantar. Em todas elas, o cantor fez seus clichês de amor tomarem coro.

Mas nem só de balada vive o repertório de um ex-Commodores: “Running With The Night”, “Dancing On The Ceiling” e “Fancy Dancer” fizeram o público deixar as cadeiras pelas quais pagaram entre R$ 250 e R$ 700 para sentar. E se o som defeituoso do Ginásio não colaborou na execução das músicas, especialmente naquelas em que os agudos de Lionel encontravam-se com os solos de sax, a plateia se entregava ao carisma do cantor, que mandava beijos ao ar e exclamava um “inacreditável” ao fim de cada música acompanhada pelas vozes de múltiplas gerações.

Com pouco mais de uma hora de show, Lionel Richie já estava no bis, reservado para outras três de suas grandes composições. De 1984 ele trouxe “Hello”, tocada ao piano e mantendo toda a tensão de um amor não correspondido nesses 26 anos de sua composição. Num passo atrás para 1983, o dance caribenho “All Night Long” despertou no público o clima de “party, karamu, fiesta”, mas que não durou a noite toda. “We Are The World”, aquela famosa canção beneficente feita junto a Michael Jackson, foi bem apropriada como música de final de festa. A continuação fica para este domingo (29), quando o cantor se apresenta no HSBC Arena do Rio de Janeiro.

Veja as músicas que Lionel Richie cantou em São Paulo:

“All Around The World”
“Penny Lover”
“Easy/ My Love”
“Ballerina Girl”
“Running With The Night”
“Still”
“Oh No”
“Stuck On You”
“You Are”
“3 Times a Lady”
“Dancing On The Ceiling”
“Sail On”
“Say You, Say Me”
“Fancy Dancer”
“Lady You Bring Me Up”
“Endless Love”
“Brick House”

bis
“Hello”
“All Night Long”
“We Are The World”

Lionel Richie – “Penny Lover”

Fonte: Uol

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