Por: Mariana Moreira
O pernambucano Naná Vasconcelos, considerado um dos maiores percussionistas do mundo, transforma o corpo em orquestra, explorando sonoridades orgânicas. O músico será a atração de abertura do projeto Tambores do Brasil, em que quatro mestres da percussão farão oficinas para ensinar a arte e as técnicas do batuque. Depois de Naná, será a vez dos representantes do grupo Pracatum, criado pelo baiano Carlinhos Brown, do carioca Marcos Suzano, e do brasiliense Leander Motta, diretor artístico das oficinas. As aulas começam amanhã e seguem até 10 de outubro, em uma lona de circo montada no estacionamento da Caixa Cultural.
As oficinas são iniciativa da produtora Alecrim, que há anos promove a percussão e o congado no Distrito Federal e no Brasil. “Naná é o mestre, o internacional. Dois representantes do projeto Bandodipapel, proposta de Carlinhos Brown, trarão a percussão baiana. Já o Marcos Suzano representa uma proposta mais moderna, de misturar pandeiro com música eletrônica. Leander conhece os grupos locais e é um estudioso do assunto”, enumerou o dono da ideia, o produtor Sérgio Bacelar.
A temporada musical começa com Naná. Os 300 participantes aprenderão a métrica musical com o auxílio do corpo. “Todos os ritmos estão compreendidos entre um passo e outro”, ensina o mestre, que também fará incursões pelos sons das mãos e da voz. No processo, garante ele, muitos se surpreendem com as melodias que o corpo é capaz de emitir.
Depois de explorar cada sonoridade possível, o percussionista divide os pupilos em diferentes grupos, que formam o que ele define como um “caleidoscópio rítmico”. Os benefícios, assegura, vão além da musicalidade. “As pessoas passam a entender melhor o próprio corpo, a ouvir, a fazer coisas em grupo”, avalia. Até a última quinta-feira, 60 interessados já estavam inscritos no encontro com Naná.
Ritmos
Já o Bandodipapel, representante baiano da epopeia percussiva, trará um toque inusitado ao projeto: além dos segredos rítmicos, eles ensinarão os inscritos a fabricar instrumentos, a partir de objetos do dia a dia. Essa modalidade ficará concentrada em um galpão, no Paranoá, e pretende beneficiar jovens que façam parte de programas sociais. Marcos Suzano será o terceiro professor da série de oficinas e investirá nas diferentes possibilidades que um pandeiro oferece a quem o manuseia.
O gran finale ficará por conta do baterista da cidade Leander Motta, responsável por articular os conhecimentos de todos os participantes e organizar uma orquestra, que se apresentará em 10 de outubro, às 19h. “Ele é quem vai mexer esse caldeirão cultural”, brinca Sérgio Bacelar. Para ele, a percussão fica mais popular a cada dia no Distrito Federal e as batidas ecoam por diversos pontos da cidade. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail: [email protected].
SERVIÇO:
Workshop de Naná Vasconcelos
Aberto ao público em geral, mediante inscrição
Participação limitada a 300 alunos
Dias: 4 e 5/09 – das 10h às 13h.
Local: Estacionamento da Caixa Cultural.
Oficina Bandodipapel, do Grupo Pracatum
Aberto ao público em geral, mediante inscrição
De 13 a 17/09 – das 14h às 18h – Confecção de instrumentos.
Dias: 18 e 19/09 – das 14 às 18h – Aprendizado dos ritmos.
Dias: 18 e 19/09 – Criação, confecção e produção da exposição interativa.
Dia: 19/09 – 19h. Abertura da exposição e apresentação musical dos participantes da oficina.
Local: Estacionamento da Caixa Cultural.
Workshop de Marcos Suzano
Aberto ao público em geral, mediante inscrição.
Dia: 26/09 – das 10h às 18h, com intervalo para almoço.
Local: Estacionamento da Caixa Cultural.
Público: 30 participantes (músicos profissionais).
Dias: 27 e 28/09 – Horário a definir.
Local: Teatro da Caixa.
Horário da apresentação: A definir.
Workshop de Leander Motta
Dias: 9 e 10/10.
Turma 1: matutina – das 10h às 13h (qualificação de profissionais).
Turma 2: vespertina – das 15h às 18h (iniciantes, vindos da oficina Bandodipapel).
Local: Estacionamento da Caixa Cultural.
Encerramento com a Orquestra de Percussão
Dia: 10 de outubro
Horário: às 19h.
Local: Estacionamento da CAIXA Cultural Brasília
Livre para todos os públicos.
Fonte: Correio Braziliense