Petrobras assina contrato para promover igualdade racial; Nordeste será foco

por Vanessa Silva*

Um protocolo de intenções entre a Petrobras e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) foi assinado às 17h desta terça-feira na sede da estatal, no centro do Rio de Janeiro. O objetivo do documento é firmar uma cooperação para o desenvolvimento de ações que promovam a igualdade racial e o combate ao racismo. De acordo com a ministra da Seppir, Luiza Bairros, a região Nordeste será uma das maiores beneficiadas com a política de incentivos, já que é na área há uma concentração maior de manifestações das culturas negras

“Do ponto de vista da questão das artes e da cultura negra você tem, até mesmo por conta de concentrações populacionais, um maior número de manifestações que se localiza no Nordeste brasileiro. Eu acredito então que com isso a gente vá ter, naturalmente, a depender do tema, uma concentração maior (de incentivos) no Nordeste porque é lá que reside uma grande parte dessas manifestações culturais afro-brasileiras”, explicou a ministra. De acordo com o último censo realizado no Brasil, a população nordestina é composta em 62,7% de pardos, 28,8% de brancos, 8,1% de negros e 0,3% de indígenas e amarelos.

O acordo entre a Petrobras e a Seppir deve funcionar de maneira que a estatal promova iniciativas voltadas para o favorecimento da igualdade racial, além de estar comprometido em beneficiar, em seus processos de seleção de patrocínios, critérios que valorizem as artes negras e de outros segmentos étnicos. As ações propriamente ditas do protocolo de intenções, porém, ainda não foram estruturadas.

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, ressaltou durante conversa com a imprensa, que a estatal possui 18.468 funcionários que se consideram afrodescendentes, de acordo com o último censo aberto e auto declarado (no qual as pessoas declaram espontaneamente sua raça) realizado na empresa.

No evento, a ministra Luiza Bairros anunciou que o governo pretende lançar, até o final do primeiro trimestre, o Programa Nacional de Ações Afirmativas, com medidas que incentivem a inclusão das diversas matrizes raciais no processo produtivo e cultural do país. “Estamos terminando de preparar o que chamamos de um Programa Nacional de Ações Afirmativas para que, até o final do primeiro trimestre, a gente coloque na rua”, disse. O projeto ainda não passou pela Casa Civil, mas segundo a ministra, já está formatado.

 

 

 

Fonte: NE10

+ sobre o tema

Preto e dinheiro são palavras rivais???

Por Bruno Rico Do Afro21 Precisamos aprender a reconhecer algo histórico,...

“Para branco sempre tem espaço”, diz Vovô do Ilê sobre dívida do bloco afro

Bloco passa por momento complicado, com dívidas que chegam...

para lembrar

SPFW Carta Aberta à Imprensa e Sociedade Brasileira

SPFW Carta Aberta à Imprensa e Sociedade Brasileira Nesta...

Para comunidade quilombola, trabalhar significa ficar longe da família

por Júlia Dias Carneiro Adelvan da Paixão, de 30...

Militantes do Educafro fazem greve de fome em frente ao Palácio do Planalto

Yara Aquino   Brasília - Cinco militantes do Educafro,...

Cúpula dos Povos: afro-religiosos debaterão justiça ambiental

  No mesmo período em que o Rio...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=