O Projeto Promotoras Legais hoje está difundido em quase todos os países da América Latina. A história do projeto de PLPs no Brasil começou em maio de 1992 com a realização de um seminário sobre os direitos da mulher organizado pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres (Cladem), em São Paulo. No encontro estavam presentes advogadas e feministas do Chile, Argentina, Peru, Costa Rica, entre outros países que pelo menos há uma década já desenvolviam projetos de educação jurídica popular feminista em seus países.
A partir do seminário foram tomadas as primeiras iniciativas de se implantar, também no Brasil, o Projeto de Capacitação de Promotoras Legais Populares. A ONG feminista Themis – Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero,de Porto Alegre (RS), se dedicou a capacitar grupos de mulheres para esse projeto em diferentes capitais do país. O curso que atualmente é promovido pelo Geledés nasceu após uma dessas capacitações.
De 1999 até hoje o projeto PLPs do Geledés vem ampliando o leque de seus cursos, numa perspectiva multidisciplinar, lançando um olhar mais aprofundado sobre a questão étnico racial. Atualmente o projeto está em sua 8ª turma e já formou cerca de 400 mulheres, entre elas um grupo de advogadas da Região Metropolitana de São Paulo, outro formado por funcionárias e voluntárias do Hospital de São Matheus, onde foi criado um Núcleo de atendimento às mulheres em situação de violência.
A proposta dessa publicação é compartilhar com mulheres negras e não negras a experiência e a atuação das Promotoras Legais Populares que passaram pelo projeto PLPs do Geledés e agora falam do conhecimento sobre seus direitos; do fortalecimento da sua autoestima; do exercício da cidadania; do papel e a importância que vêm obtendo na luta contra a violência doméstica e como esse trabalho acontece no cotidiano.
A cartilha apresenta também um pouco do dia a dia da formação oferecida pelo projeto, destaca a bem sucedida formação do Núcleo de atendimento às mulheres na zona leste de São Paulo e a experiência das PLPs no uso da comunicação.
Mais do que o relato de uma experiência e o depoimento das e dos participantes do projeto PLPs (alunas, coordenadoras/es, professoras/
es ou visitantes), a publicação pretende chamar a atenção para um projeto que vem, silenciosamente e sem apoio público, mudando a vida de milhares de pessoas, participantes diretas ou simplesmente acolhidas por essa filosofia de trabalho.
Nossos agradecimentos a todas as instituições e pessoas que colaboraram e colaboram para o êxito deste Projeto.
A coordenação
PLPs uma experiência com raça e classe