Plus Size: Lutar contra o preconceito não é fazer apologia à obesidade

no Plus Size Girls ES

Lindas e amadas plus,

O ano novo começou e, com ele, tantos projetos, né?!

Vamos que vamos, com tudo, porque 2015 é todo nosso!!!

Hoje vamos falar de um assunto que, no meu entender, já deveria estar ultrapassado há tempo.

É que, com a internet e globalização, a ignorância e a desinformação deveriam ser drasticamente reduzidas. Infelizmente, na prática, não é o que vejo por aí…

Noto que muitas pessoas torcem o nariz quando ouvem falar em movimento plus size. As mais desinibidas perguntam qual seria o motivo de incentivar algo que não é saudável.

Por isso, mesmo esse assunto sendo tão claro pra mim, percebo que talvez não seja para muita gente. Então vale a pena escrever sobre.

Quando falamos de movimento plus size, falamos de inclusão social, de auto aceitação, respeito e de luta contra o preconceito.

Em hipótese alguma levantamos a bandeira de que ser gordo é bom, é bonito e que todos deveriam ser gordos.

O que lutamos é para que a sociedade entenda que os gordos existem. Não há como fugir disso! E se eles (nós) existem, o mundo deve estar preparado para acomodá-los, respeitá-los e dar-lhes a tal “dignidade humana” preconizada na Constituição Federal.

Nunca um de nossos militantes dirá que é mais bonito ser gordo. Mas dizemos, sim, que se pode ser bonito, apesar de gordo. Ou você vai querer me dizer que todos os magros são bonitos, exclusivamente por serem magros??? Fala sério!

E, se os gordos existem, precisam trabalhar. Para isso, o mercado de trabalho precisa recebê-los. Afinal, onde tá escrito que gordo é burro ou irresponsável?

Existe limitação física? Talvez! Quem sabe a mesma de alguém que tenha quebrado a perna ou tenha problemas na coluna? Pode ser que aquele magro fumante se canse bem mais rápido que um gordinho.

Ah, mas além do preconceito no mercado de trabalho, tem ainda outro obstáculo: os assentos. Eles tbm não são produzidos para obesos. Não aqui, no Brasil. Que pena!

Mas ruim mesmo é quando o preconceito está presente na própria família, onde a pessoa é ridicularizada no seu próprio e sacrossanto lar. Como dói! Sofrer ataques no lugar que deveria ser refúgio e proteção é de pirar a cabeça de qualquer ser humano.

E, pior do que tudo isso, é quando a própria pessoa não se aceita. Existem casos extremos de auto mutilação e até suicídio, cometidos por pessoas que não souberam lidar com suas próprias diferenças e não tiveram forças para enfrentar nem o mundo, nem a si mesmas.

Em alguns casos, a obesidade deixa de ser um descuido com a alimentação e atividade física e passa realmente a ser uma doença. Uma doença que precisa ser tratada. Uma doença como tantas outras, como o alcoolismo, como a depressão, como a dependência química… mas com um importantíssimo diferencial. Você pode conviver com pessoas portadoras das doenças anteriormente citadas, e nunca se dar conta disso. Mas a obesidade não tem esse privilégio de poder ser escondida. Ela vem estampada no abdômen e no culote do portador e, na maioria das vezes, chega primeiro que a pessoa nos lugares.

Não é fácil ser minoria e, assim, viver em um mundo que não foi feito pra você. Mas, acima de tudo, você tem o direito de ser você, do jeito que você é ou está, e o mundo que engula esse fato!!!

Não, não dizemos que ser gordo é ser mais legal, nem mais bonito. Dizemos que temos o direito de estar fora dos padrões impostos pela sociedade.

Se eu estou gorda e não faço nada para emagrecer, o problema é única e exclusivamente meu! O mundo precisa respeitar isso!

Temos sim o direito de estar acima do peso, temos sim o direito de nos sentir bem com isso. E isso está bem longe de ser apologia à obesidade. Isso se chama respeito e amor próprio!

Da mesma forma que as pessoas podem escolher o corte de cabelo, podem fazer tatuagem, podem ter uma opção sexual ou religiosa diferente da sua; também podem ter seus quilos a mais e viverem felizes… e, no geral, vivem muito mais felizes do que aqueles que se privam de uma boa colherada de brigadeiro ou uma porção de batata frita.

Concluindo, não queremos que o mundo engorde. Isso, sim, seria apologia à obesidade.

Queremos que o mundo entenda que obesidade existe e deve ser respeitada, tanto quanto qualquer outra condição. E que o mundo entenda também, e principalmente, que não é toda pessoa que engorda e entra em depressão. Existem muuuitas pessoas que engordam e se aceitam exatamente como são ou estão, sem se curvarem aos padrões estéticos, por vezes inatingíveis, ditados por nossa hipócrita sociedade.

Isso não é apologia à obesidade, isso é lição de vida!!!

Bjos plus!

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