PM de Minas abre inquérito para apurar conduta de policiais durante prisão de homem negro

Enviado por / FonteJornal Nacional

A Polícia Militar de Minas Gerais abriu inquérito para apurar a conduta de PMs na abordagem a um cidadão negro no interior do estado.

Ederson Silva diz que costuma dar gritos para brincar com os amigos e que, na última quinta-feira (29), os policiais passaram e entenderam que foram insultados. Ele nega que tenha desacatado os militares, que o imobilizaram.

“Eu batia a mão assim, já estava batendo a mão assim, eles apertando de novo, eu segurando: ‘não aperta, não’. Eu não queria revidar com eles não, entendeu”, explicou Ederson Silva, pedreiro.

Os policiais entraram numa distribuidora alegando que foram insultados por Ederson. A abordagem foi gravada pelas câmeras de segurança do local. As imagens mostram a ação cometida pelos PMs. O jovem negro colocou as mãos atrás da cabeça. Os PMs tentaram algemá-lo. Ele resistiu e foi derrubado no chão.

Segundo o boletim de ocorrência, o homem disse que não era bandido. Os PMs afirmaram que ele reagiu com socos e tentou pegar a arma de um dos policiais. Nas imagens, não é possível identificar a agressão mencionada pelos militares. Um outro ângulo mostra que um dos PMs segurou Ederson pelo pescoço e o outro policial deu ao menos dois socos no rosto do rapaz. Uma mulher tentou intervir e foi empurrada. O PM manteve Ederson imobilizado. O rapaz foi preso por desacato, e liberado depois de pagar R$ 1.100 de fiança.

O dono da distribuidora, Silvério de Oliveira, criticou a ação dos policiais: “Houve racismo. Por que, então, o outro branco, que estava na hora da revista, não aconteceu nada?”.

A Polícia Militar disse que Ederson Silva tem uma passagem por desacato, em 2012, e que as imagens da abordagem estão sendo analisadas pelo Comando Militar de João Monlevade.

“A abordagem é uma questão técnica e ela acontece independente de qualquer questão de cor, de raça. O que gerou essa abordagem policial foi o comportamento desse cidadão, que ofende os militares que estavam passando, patrulhando aquela região”, defendeu a porta-voz da PM/MG, capitão Layla Brunnela.

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