A continuidade da ação foi anunciada pela ministra de Políticas para as Mulheres durante solenidade de premiação das autoras dos dez textos premiados. Menicucci também declarou que a publicação de todos os textos que concorreram à premiação será lançada até o final deste ano
“Esse é o primeiro de uma série de editais que lançaremos porque a abordagem racial transpassa todas as ações da SPM”. Foi o que declarou a ministra Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres), na manhã de hoje (23), durante a solenidade de entrega do Prêmio Mulheres Negras Contam sua História. As cinco melhores redações foram contempladas com R$ 5 mil e os cinco ensaios selecionados, com R$ 10 mil. Cada uma das categorias teve dois textos contemplados com menção honrosa. A publicação de todos os textos que concorreram à premiação será lançada até o final deste ano.
“Não se conta a história do Brasil, sem contar a história de luta das mulheres negras. E a sociedade que convive com o preconceito não é democrática, porque as sociedades democráticas convivem com as diversidades em todas as suas dimensões”, aairmou Menicucci.
Para a Ministra de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, que dividiu a condução do ato com Menicucci, o prêmio ganha importância ao permitir maior visibilidade às mulheres negras. “Reforça em mim a resistência em falar das mulheres negras como vítimas da maioria das desvantagens sociais e como parte de um setor oprimido da sociedade brasileira. A leitura dos textos ajudou, sim, a percebê-las de um lugar de resistência”, declarou Bairros.
Creuza Maria de Oliveira sabe bem o significado da fala da ministra Luiza Bairros. Vencedora na categoria redação com o texto intitulado “Minha luta é para ver tornar-se real o sonho do trabalho doméstico”, ela contou sua trajetória desde a mudança do interior da Bahia para tentar a vida em Salvador, até os dias atuais, culminando com a conquista da PEC das Domésticas, na condição de presidente da Fenatrad – Federação Nacional de Trabalhadores Domésticos.
Na categoria ‘Redação’, também foram vencedoras: Marisol Adelaide Correa, com “Do luto à luta: a história de três continentes marcados pelo racismo”; Raquel Trindade de Souza, com “Minha infância”; Glória Maria Gomes Chagas Sebaje, com “O bulling e a criança negra na escola pública, até quando?; Eliana Aparecida da Silva Pinto, com o texto “O direito ao narcisismo”.
Na categoria ‘Ensaio’ Conquistaram o prêmio: Claudenir de Souza, com “Trabalho doméstico”; Claudia Marques de Oliveira, com “O risco de ser mulher negra: entre a razão e a emoção”; Doris Regina Barros da Silva, com “Teias da memória e fios da história: laços e entrelaços”; Patrícia Lima Ferreira Santa Rosa, com “Universidade pública: sonho, direito ou pretensão?”; e Tássia do Nascimento, com “Vozes-mulheres”.
Prêmio – O Prêmio Mulheres Negras Contam sua História teve como objetivo estimular a inclusão social das mulheres negras, por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas pelas mulheres negras no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo.
Resultado de parceria entre a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), ambas da Presidência da República, o Prêmio recebeu 520 inscrições, entre redações e ensaios. Os textos foram enviados por mulheres autodeclaradas negras, contando histórias de vida individuais e coletivas do segmento, que contribuíram para a construção do país.
Coordenação de Comunicação da SEPPIR
Fonte: Seppir