Proibição do aborto no Brasil penaliza principalmente mulheres pobres e negras, diz diretora de ONG católica

‘Mulheres que têm dinheiro podem fazer a interrupção da gravidez fora do país ou em clínicas adequadas a que mulheres pobres não têm acesso’, constata Rosângela Talib, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir

Por Bruno Silveira no Opera Mundi

Atualmente no Brasil ocorrem cerca de um milhão de abortos e 250 mil internações a cada ano por complicações nos procedimentos realizados em clínicas clandestinas. Os abortamentos são realizados em locais com pouca ou nenhuma higiene e por pessoas não capacitadas para auxiliar as mulheres que procuram essa saída. Enquanto nada se fala no Executivo e no Legislativo a respeito do problema, milhares de mulheres morrem há anos no país ao tentarem abortar. Por outro lado, nosso vizinho Uruguai (que legalizou o aborto no fim de 2012) não registrou mais nenhuma morte em decorrência de aborto e reduziu o número de 33 mil abortamentos anuais para apenas 4 mil já nos primeiros meses, pois junto com a legalização vieram diversas políticas públicas de planejamento familiar, educação reprodutiva e sexual e métodos contraceptivos.

Para falar mais um pouco sobre o tema urgente e as consequências negativas para as mulheres e para a sociedade em geral, entrevistamos para o DoisP Rosângela Talib, psicóloga e mestra em Ciências da Religião (UMESP), da ONG Católicas pelo Direito de Decidir. A ONG luta pela igualdade nas relações de gênero, pela autonomia das mulheres e seu poder de decisão, defende a laicidade do Estado, entre outras frentes.

 

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