“A comissão da OAB fará um trabalho importantíssimo de mostrar para a sociedade os mecanismos que foram usados durante séculos de escravidão e todos esses anos após a abolição que impedem que a população negra usufrua adequadamente dos frutos que gerou”, explica Dias, que destaca que medidas de reparação, como esta, são ainda mais importantes do que as sócio afirmativas: “As medidas afirmativas são temporárias e beneficiam uma minoria, como no caso das cotas. Já a reparação política é permanente e atende ao conjunto da população”.
As medidas afirmativas são temporárias e beneficiam uma minoria, como no caso das cotas. Já a reparação política é permanente e atende ao conjunto da populaçãoMarcelo Diaspresidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ
Segundo o presidente do Conselho Federal, Marcos Vinícius Furtado, a OAB deve ser um “instrumento a favor da igualdade”: “O século passado abraçou a ideia da liberdade, agora precisamos promovê-la. Não podemos ter medo de olhar para o nosso passado. Precisamos revisitá-lo e entendê-lo, para que atrocidades contra a população negra não se repitam”, afirmou, em nota.
Para discursar no ato, que será aberto ao público, foram convidados o presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB Nacional, Cícero Bordalo, e membros do grupo; o procurador do Ministério Público Federal Wilson Prudente, que participou da formulação do projeto; representantes da defensoria pública e desembargadores, além de lideranças do movimento negro.