Quatro homens são condenados por estupro coletivo em SC

Quatro homens foram condenados por estupro coletivo contra uma jovem de 19 anos no Oeste de Santa Catarina. O crime ocorreu em abril de 2016 após baile na zona rural do município, que não foi revelado para preservar a vítima.

Do Diário Catarinense

A sentença julgada em 2ª instância pelo Tribunal de Justiça, que teve como relator o desembargador Sérgio Rizelo, foi divulgada pela comunicação do TJ-SC nesta quinta-feira. Cada um dos réus pegou entre 11 e 12 anos de prisão com regime inicial fechado.

Segundo a denúncia do Ministério Público, uma adolescente de 15 anos e uma jovem de 19 pegaram carona em um veículo com quatro rapazes no fim do baile. No meio do trajeto para casa, os rapazes pararam o carro em uma área descampada e passaram a ameaçar as vítimas. Um deles estava armado.

A adolescente conseguiu fugir. Já a colega mais velha, que não conseguiu se desvencilhar dos homens, sofreu abusos que só foram interrompidos após a chegada de uma guarnição da Polícia Militar. A polícia foi acionada pela adolescente que conseguiu fugir.

Os réus negaram o crime e chegaram a insinuar que a vítima estava embriagada. No entanto, a justificativa foi desconsiderada pelo desembargador que destacou a necessidade de combater a violência contra a mulher.

“O estupro coletivo é a expressão mais odiosa do desprezo pela condição feminina. É um modo de demonstrar o poder do macho brutal que exibe sua bestialidade ao subjugar pela violência”, observou no acórdão, ao transcrever artigo publicado pelo médico Dráuzio Varella.

O relator destacou a proposta legislativa que prevê agravamento de pena para condenados por estupro coletivo e apontou caminho alternativo para a desconstrução da cultura do machismo.

“Simplesmente aumentar a pena do crime não resolve. É de educação capaz de mudar a cultura reinante que se carece”, resumiu.

A decisão da câmara foi unânime. O processo tramitou em segredo de justiça para preservar a vítima.

+ sobre o tema

A Mulher Negra e o sexo frágil – por Jarid Arraes

Há muito tempo, o feminismo vem combatendo a idéia...

Apagadas da história, heroínas negras se tornam protagonistas em coletânea de cordéis

Líderes quilombolas, escritoras e revolucionárias têm trajetórias ilustradas em Heroínas brasileiras...

A cor do pecado: no século xix, a sensualidade da mulher negra

______________________   Resumo Esta pesquisa tem por objetivo principal analisar a presença...

para lembrar

Estupro, ato político

Retrospecto histórico da violência machista revela: cultura da mulher...

Acusado de estupro, jovem carioca de classe média alta foge e faz ameaças no Facebook

Lutador de artes marciais, ele espancava e, depois, violentava...

Dilma, estamos cansadas

Na quarta feira dia dois de dezembro, o presidente da...

Data internacional celebra negritude feminina

Estudantes, servidoras e terceirizadas da Universidade de Brasília dão...
spot_imgspot_img

Esperança Garcia: quem foi a escravizada considerada a 1ª advogada do Brasil

Acredita-se que Esperança Garcia, uma escravizada que vivia em fazenda localizada a 300 quilômetros de onde hoje é Teresina, no Piauí, tivesse apenas 19 anos quando escreveu...

Prêmio Faz Diferença 2024: Sueli Carneiro vence na categoria Diversidade

Uma das maiores intelectuais da História do país, a escritora, filósofa e doutora em educação Sueli Carneiro é a vencedora na categoria Diversidade do...

Feira em Porto Alegre (RS) valoriza trabalho de mulheres negras na Economia Popular Solidária

A Praça XV de Novembro, no centro de Porto Alegre (RS), será palco de uma importante mobilização entre os dias 7 e 9 de...
-+=
Geledés Instituto da Mulher Negra
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.