Raça e etnia influenciam acesso aos recursos de saúde para tratar infecções

Os afro-americanos e os latinos têm menos acesso a medicamentos, seguro médico e especialistas, quando comparados aos brancos


Um estudo, realizado em parceria por pesquisadores da Faculdade de Medicina David Geffen na Universidade da Califórnia (UCLA) e da Faculdade de Medicina de Harvard, Estados Unidos, descobriu que as disparidades raciais e étnicas entre as crianças com infecções de ouvido frequentes podem influenciar o acesso aos recursos de saúde.

As infecções de ouvido são um dos problemas de saúde mais comuns para as crianças, a maioria delas experimentam pelo menos um antes de seu terceiro aniversário. Os custos anuais nos Estados Unidos chegam à casa dos bilhões de dólares.

Quando estas infecções são deixadas sem tratamento, as complicações podem incluir perda de audição, problemas de fala e infecções mais graves que podem se espalhar para ossos e cérebro, causando meningite. Mas nem todas as crianças têm o mesmo acesso a médicos especialistas e medicamentos.

Os resultados mostram que, em comparação com as crianças brancas, afro-americanos e hispânicos têm maior chance de não poder pagar medicamentos de prescrição, não ter seguro médico e não poder consultar um especialista.

O estudo também mostra que as crianças afro-americanas e as latino-americanas têm maior probabilidade de procurar salas de emergência em virtude de uma infecção de ouvido, quando comparadas às crianças brancas.

“Nosso objetivo era fornecer uma imagem demográfica precisa dos Estados Unidos para que pudéssemos identificar as disparidades de alvo para a intervenção”, disse a co-autora Nina Shapiro, diretora de Otorrinolaringologia Pediátrica no Mattel Children’s Hospital UCLA. “Claramente, observamos que as crianças de determinadas etnias que sofrem de frequentes infecções no ouvido são mais propensas a enfrentar maiores barreiras para o cuidado”.

O estudo constatou que a cada ano, 4,6 milhões de crianças apresentaram infecções do ouvido frequentes, definidas como mais de três infecções ao longo de um período de 12 meses. Em termos globais, 3,7% das crianças com infecções de ouvido frequentes não poderiam pagar os cuidados, 5,6% não podiam comprar os medicamentos prescritos e apenas 25,8% foram atendidas por um especialista.

A próxima etapa da pesquisa é acompanhar os grupos raciais e étnicos, para verificar se as alterações decorrentes da reforma dos cuidados de saúde mudaram a influência nas disparidades destes grupos ao longo do tempo.

Os resultados fora publicados pela revista Otolaryngology-Head and Neck Surgery.

Fonte: Isaúde

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