A ideia de uma raça ser superior a outra começou há muitos anos atrás, com certeza, antes da escravidão negra. Porém, o Brasil e muitos outros lugares como Estados Unidos e África do Sul, herdaram uma intensa segregação racial. Segregação com barreiras aparentemente derrubadas, mas ainda erguidas na mente.
Enviado por Yasmin Oliveira via Guest Post para o Portal Geledés
Preto entra no ônibus: medo. Preto corre na rua: assalto. Preto da favela: prende, bate, é só um vagabundo.
Para de enrolar, é só se esforçar! Corre! Trabalha! Sua! Não reclama!
Crescemos acreditando que ser branco é melhor, ter cabelo liso é melhor, “por que um nariz tão grande?”, boca exagerada, mas dentes bonitos – não estou a venda, não, senhor! Grande porcentagem branca nas cadeiras da universidade e a negra ganha nos corredores da mesma, só que com um esfregão na mão. Vivemos e observamos, seguimos achando normal, afinal tudo é mérito. Um tá ali porque mereceu, e o outro também.
Racismo não existe! Ignora! Esquece! Deixa isso pra lá! Nunca vai mudar! Arruma essa juba! Alisa esse cabelo! Turbante chama muita atenção! Cala a boca! Fica quieto! Macaco! Aqui você não tem vez!
Mas por quê? Eu quero falar, eu quero gritar! Dizer que não! Eu tenho valor, sim! Quilombo, capoeira, música, resistência por um ideal. Ideal de continuar, de não só sobreviver, mas viver bem. Filho da empregada e do ‘doutô’ tem o direito de ser igual e de ser diferente também, branco e preto com oportunidades iguais. Será que vou viver pra ver isso? Não sei, mas I have a dream…