Em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, a arquiteta, urbanista e professora da USP Raquel Rolnik analisa a invasão ocorrida nos conjuntos habitacionais do “Minha Casa, Minha Vida”: “Construímos a ideia de que existe ‘o lugar’ da violência: esse lugar seria a favela”, e conclui: “Ou compreendemos o fenômeno da violência de forma mais ampla, como elemento que está entranhado na nossa sociedade e na nossa cultura, dentro e fora do Estado, em todas as classes sociais, na favela e nos condomínios de luxo, ou não conseguiremos enfrentar a questão”
A arquiteta, urbanista e professora da USP, Raquel Rolnik, analisou em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo como a imprensa noticiou a invasão por traficantes em conjunto habitacional do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em Guadalupe, na Zona Oeste do Rio. Em pesquisas, a colunista relata que essa realidade se encontra presente em diversas unidades do programa por todo o país, e isso vem sendo noticiado cotidianamente.
A análise ressalta: ao longo da história, “construímos a ideia de que existe ‘o lugar’ da violência: esse lugar seria a favela”. Realocar os moradores das favelas para conjuntos habitacionais, formalizados, regularizados e ordenados levaria ao fim da violência. Porém, o que a história vem mostrando, desde a experiência com a Cidade de Deus, é que o problema não é a favela e sim a forma de combate à violência. “Ou compreendemos o fenômeno da violência de forma mais ampla, como elemento que está entranhado na nossa sociedade e na nossa cultura, dentro e fora do Estado, em todas as classes sociais, na favela e nos condomínios de luxo, ou não conseguiremos enfrentar a questão”.
Confira aqui a coluna na íntegra.