Repita Comigo: Racismo Reverso Não Existe

Uma das coisas mais comentadas nos últimos anos é a acusação de que algumas pessoas negras estariam praticando racismo reverso: Quando se publicam vagas destinadas só para pessoas negras, quando em alguma produção se prioriza um grupo de profissionais predominantemente negro, quando um bloco de carnaval só permite a participação de pessoas negras ….. Mas será que é verdade que essas ações seriam racismo ao contrário?

Racismo é uma ideologia de dominação que faz com que se considere a superioridade de um grupo em relação a outro. E esse grupo, considerado superior, possui poder para oprimir as pessoas do grupo considerado inferior e também por serem consideradas superiores acessam privilégios que o outro grupo considerado inferior não acessa.

Na nossa sociedade, pessoas brancas são consideradas superiores. Por serem brancas acessam privilégios e inclusive de maneira geral podem – e geralmente o fazem- oprimir uma pessoa negra.

Abrir vagas para pessoas negras, não estabelece uma superioridade negra, (se reconhece desvantagens históricas dessas pessoas em relação as pessoas brancas e que pretende-se corrigir com essa ação) Fazer uma produção e privilegiar profissionais negras, negros e negres, não estabelece uma inferioridade branca, e quando decidem fazer coletivos de mulheres negras ou blocos afros, nenhuma pessoa negra adquiriu um poder de oprimir uma pessoa branca. Então não, não é racismo reverso, porque racismo reverso não existe mesmo, então, repete comigo toda vez que alguém falar em racismo reverso: Racismo Reverso Não Existe.

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE.

+ sobre o tema

Desafios da educação pública para migrantes em território brasileiro

A pedido da deputada Carol Dartora (PT-PR), a Comissão...

Cruzo epistêmico: Os sentidos de ancestralidade nas produções de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento

Nos últimos anos, temos testemunhado a crescente presença da...

A colonialidade dos discursos sobre o clima: abordagens interseccionais e decoloniais para a justiça climática

Introdução  O conceito predominante de desenvolvimento e progresso foi moldado...

para lembrar

Desafios da educação pública para migrantes em território brasileiro

A pedido da deputada Carol Dartora (PT-PR), a Comissão...

Cruzo epistêmico: Os sentidos de ancestralidade nas produções de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento

Nos últimos anos, temos testemunhado a crescente presença da...

A colonialidade dos discursos sobre o clima: abordagens interseccionais e decoloniais para a justiça climática

Introdução  O conceito predominante de desenvolvimento e progresso foi moldado...

Desafios da educação pública para migrantes em território brasileiro

A pedido da deputada Carol Dartora (PT-PR), a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados promoveu, nesta quinta-feira (21), o debate “Desafios da educação...

Cruzo epistêmico: Os sentidos de ancestralidade nas produções de Lélia Gonzalez e Beatriz Nascimento

Nos últimos anos, temos testemunhado a crescente presença da palavra ancestralidade no vocabulário político dos movimentos sociais. Não por acaso, mas por tudo que...

“Falla bem”: oralidade como tecnologia e arquivo vivo nos anúncios de fuga, vestígios da escuta senhorial e da memória coletiva oral negra

Fugir da escravidão não era uma escolha simples nem voluntária, mas uma forma urgente de enfrentar a violência extrema, o controle cotidiano e a...