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    DAVE KOTINSKYGETTY IMAGES

    Quem é Amanda Gorman, a poeta de 22 anos convidada para a posse de Biden

    Barbie de Maya Angelou || Reprodução Instagram

    Escritora e ativista Maya Angelou ganha Barbie em sua homenagem no mês da História Negra

    Anielle Franco (Foto: Bléia Campos)

    Mulheres pretas acadêmicas

    Mônica Calazans tem 54 anos e trabalha na UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (Foto: Arquivo pessoal)

    Primeira a ser vacinada é mulher, negra e enfermeira do Emílio Ribas em SP

    Primeira vereadora negra eleita na Câmara de Curitiba, Carol Dartora recebeu ameaças de morte por e-mail (DIVULGAÇÃO/Imagem retirada do site El País)

    Ameaças de neonazistas a vereadoras negras e trans alarmam e expõem avanço do extremismo no Brasil

    Ingrid Silva é a primeira bailarina negra e brasileira a ser palestrante principal em Harvard

    Pesquisadoras também produziram livreto em homenagem às profissionais que atuam no combate ao coronavírus - Ilustrações: Marcelo Jean Machado

    Projeto dá visibilidade ao trabalho de cientistas negras brasileiras de forma lúdica

    Divulgação

    2º Festival Frente Feminina abre inscrições e seleciona artistas negras para residência artística virtual

    A cantora Alaíde Costa Kazuo Kajihara/ Sesc-SP

    ‘Não tenho muito o que me queixar da vida’, diz a cantora Alaíde Costa

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      Imagem: Júlia Rodrigues/Divulgação

      Emicida e o direito de sermos quem somos

      Comissão ARNS (Divulgação )

      Brasil: etnocracia branca contra a maioria negra

      Aliyyah e Yasmeen Koloc/ Imagem retirada do site UOL

      Irmãs de 16 anos são alvos de racismo e sexismo no Rally Dakar; FIA repudia

      Reprodução/Facebook

      O que será dos profissionais de saúde que distorcem a ciência?

      Bianca Santana - Foto: João Benz

      “Mas morreu esse tanto de gente por covid-19 mesmo?”

      Arquivo Pessoal

      O Sol de Cada Um

      Alicia Keys (Foto: Rob Latour/Shutterstock)

      Alicia Keys pede para Joe Biden lançar iniciativa de justiça racial nos EUA

      Enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, é a primeira brasileira a receber dose da vacina Coronavac (Foto: Governo do Estado de São Paulo / Divulgação)

      “Precisa dizer que Mônica é negra?”: o racismo à brasileira e a CoronaVac 

      Em foto de 2019, Ananda Portela segura a mão da avó, internada com covid-19 Imagem: Acervo Pessoal

      Após o final do ano, a covid-19 explodiu em minha família – e no país

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      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

      Racismo Estrutural – Banco é condenado a indenizar cliente por discriminação racial

      GettyImagesBank

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      Racismo e desigualdades: o que há de democrático na Covid-19?

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        Antes de ‘AmarElo’ de Emicida, estes documentários já contavam a trajetória do negro no Brasil

        Rainha Abla Pokou (Foto: Imagem retirada do site DW)

        Rainha Abla Pokou: Mãe do povo Baoulé da Costa do Marfim

        Jessica Ellen em foto de divulgação do single Pomba Gira (Foto: Gabriella Maria)

        Jéssica Ellen canta a Umbanda e celebra ancestralidade em ‘Macumbeira’: ‘Conexão espiritual’

        Tatiana Tibúrcio levou o prêmio APCA de Melhor Atriz por sua interpretação da doméstica Mirtes Souza, no especial 'Falas Negras' — Foto: TV Globo/Victor Pollak

        Tatiana Tibúrcio ganha o prêmio APCA de Melhor Atriz por atuação em ‘Falas Negras’

        Edneia Limeira dos Santos - Foto: Nego Júnior

        Samba Rock na Cidade de São Paulo: Uma Análise da Evolução do Gênero Desde os Anos 1970 nos Bailes Blacks, até o Registro Como Patrimônio Cultural Imaterial

        Francisco Ribeiro Eller (ou Chico Chico), 27 anos (Foto: Marina Zabenzi)

        Chicão, filho de Cássia Eller: ‘Batalha das minhas mães é parte do que sou’

        Elenco de 'Uma Noite em Miami' (Foto: Patti Perret/Amazon)

        ‘Uma Noite em Miami’: Regina King celebra o homem negro em encontro estelar

        O protagonista de "Os Intocáveis", Omar Sy, (Foto: Jordan Strauss/Invision/AP - Jordan Strauss)

        Além de Lupin: conheça a carreira de Omar Sy em 5 filmes

        O escritor nigeriano Wole Soyinka, durante visita ao Brasil em 2015 - Bruno Poletti/Folhapress

        ‘Aké’ é oportunidade de ler Wole Soyinka, um dos maiores nomes da África

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            Reprodução/Facebook

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            (Jonathan Alcorn/AFP/)

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              Ruy Duarte de Carvalho

              29/08/2009
              em Patrimônio Cultural
              Tempo de leitura: 26 min.

              ruy-duarte-de-carvalho

              Ruy Duarte de Carvalho

              Ruy Duarte de Carvalho

              Biografia

              Nasceu em Santarém, Portugal, em 1941. Passou a infância e adolescência no sul de Angola, acompanhando o pai, aventureiro português caçador de elefantes, nas suas intinerâncias pelo deserto do namíbe. Regente agrícola, foi criador de ovelhas caracul, mais tarde estudou cinema em Londres e antropologia em Paris, doutorando-se com uma tese sobre os pescadores da Ilha de Luanda. É atualmente professor na Universidade de Luanda.

              Obra Poética:

              Chão de Oferta, 1972, Luanda, Culturang; A Decisão da Idade, 1976, Lisboa, Sá da Costa; Exercícios de Crueldade, 1978, Lisboa, Publicações Culturais Engrenagem; Sinais Misteriosos… Já Se Vê…, 1979, Lisboa, Ed. 70; Ondula, Savana Branca, 1982, Lisboa, Sá da Costa; Lavra Paralela, 1987, Luanda, União dos Escritores Angolanos; Hábito da Terra, 1988, Luanda, União dos Escritores Angolanos; Memória de Tanta Guerra (Antologia Poética), 1992, Lisboa, Vega; Ordem de Esquecimento, 1997, Lisboa, Livros Quetzal; Observação Direta, 2000, Lisboa, Edições Cotovia;Lavra Reiterada, 2000, Luanda, Editorial Nzila.

              ________________________________________

              Chagas de salitre
              Olha-me este país a esboroar-se
              em chagas de salitre
              e os muros, negros, dos fortes
              roídos pelo vegetar
              da urina e do suor
              a carne virgem mandada
              cavar glórias e grandeza
              do outro lado do mar.

              Olha-me a história de um país perdido:
              marés vazantes de gente amordaçada,
              a ingênua tolerância aproveitada
              em carne. Pergunta ao mar,
              que é manso e afaga ainda
              a mesma velha costa erosionada.

              Olha-me as brutas construções quadradas:
              embarcadouros, depósitos de gente.
              Olha-me os rios renovados de cadáveres,
              os rios turvos de espesso deslizar
              dos braços e das mãos do meu país.

              Olha-me as igrejas restauradas
              sobre ruínas de propalada fé:
              paredes brancas de um urgente brio
              escondendo ferros de educar gentio.

              Olha-me a noite herdada, nestes olhos
              de um povo condenado a amassar-te o pão.
              Olha-me amor, atenta podes ver
              uma história de pedra a construir-se
              sobre uma história morta a esboroar-se
              em chagas de salitre.(A decisão da idade)
              Novembrina solene
              Seu Zuzé, as tuas vacas como estão?

              ____________________________

              Longe daqui
              subimos os morros
              Fomos procurar
              a água que resta
              do ano que passa.

              Senhora Luna
              a farinha?
              Está secar
              Tarda a chuva
              seca o milho

              A lavra não vai medrar.

              Chimutengue, meu vizinho
              então por cá?
              Pois que vim te visitar
              te avisar
              que o meu gado vai passar
              aqui por perto

              Tarda a chuva e é preciso
              procurar
              o que lhe dar de comer
              o que lhe dar de beber

              O capim está ficar negro
              está na hora de mudar.

              Imigrante Silva, a tua mulher?

              Está mal.
              Que é do leite pra lhe dar
              a carne pra lhe engordar?

              E os filhos?

              Estão magrinhos
              doentados
              vão ficar igual com o pai

              Que é da escola pra lhes dar
              sapatos pra lhes calçar
              oficio pra lhe ensinar?

              Dunduma amigo
              companheiro Chipa
              Zeca, Ernesto, Calembera.
              olhai pelo gado.
              Protegei os pastos.
              Olhai pela vida das fêmeas
              e pela saúde dos machos.

              (No reino de Caliban II – antologia panorâmica de poesia africana de expressão portuguesa)

              __________________________________

              A terra que te ofereço
              Quando,
              ansiosa,
              pela primeira vez
              pisares
              a terra que te ofereço,
              estarei presente
              para auscultar,
              no ar,
              a viração suave do encontro
              da lua que transportas
              com a sólida
              a materna nudez do horizonte.

              Quando,
              ansioso,
              te vir a caminhar
              no chão de minha oferta,
              coloco,
              brandamente,
              em tuas mãos,
              uma quinda de mel
              colhido em tardes quentes
              de irreversível
              votação ao Sul.

              _______________________________

              Trago
              para ti
              em cada mão
              aberta,
              os frutos mais recentes
              desse Outono
              que te ofereço verde:
              o mês mais farto de óleos
              e ternura avulsa.

              E dou-te a mão
              para que possas
              ver,
              mais confiante,
              a vastidão
              sonora
              de uma aurora
              elaborada em espera
              e refletida
              na rápida torrente
              que se mede em cor.

              _____________________________________

              Num mapa
              desdobrado para ti,
              eu marcarei
              as rotas
              que sei já
              e quero dar-te:
              o deslizar de um gesto,
              a esteira fumegante
              de um archote
              aceso,
              um tracejar
              vermelho
              de pés nus,
              um corredor aberto
              na savana,
              um navegável
              mar de plasma
              quente. (A decisão da idade)

              ________________________________________

               

              “Naquele ano a chuva foi excessiva e cresceram tortulhos”

              Naquele ano a chuva foi excessiva e cresceram tortulhos no olhos dos cães. Os vitelos, ao espreitar a luz pelos sexos das mães, afogavam-se em lama, no meio dos sambos. As paredes das casas diluíam-se em nata e os oleiros desistiram de encomendar a sua obra a Deus. Enormes cuidados foram inventados para proteger o fogo nos altares e as crianças adotaram a nudez. As termiteiras deixaram de existir e as formigas aladas perderam as asas. Os pés dos mais velhos fenderam-se em chagas e as mamas das virgens, mal eram tocadas, colavam-se aos dedos como cinza úmida. Os lábios dos sexos das mulheres paridas inchavam carnudos de uma carne branca e os ventres pendiam como fruta mole.

              Naquele ano a chuva foi excessiva e os horizontes deixaram de existir.

              Choveu por muito tempo até os cães perderam todo o pêlo e as cabeleiras se destacarem como algas podres. O rei do Jau ficou colado ao trono e ao boi sagrado cresceram-lhe os olhos, que depois cegaram. As sementes grelaram nos celeiros e essa semente assim era servida aos homens e daí lhes ocorreu um tal vigor que os seus pênis cresceram desmedidos e os homens vacilaram, tendo-os nas mãos e mudos de fascínio.

              A chuva choveu tanto que as serpentes saíram dos buracos e vieram alongar-se ao pé dos paus, mantendo com esforço as cabeças erguidas. Nas terrinas do leite vicejaram musgos e o leite das vacas alterou-se em soro,a coalhar na urina. Naquele ano a chuva choveu tanto que até nos areais cresceram talos e as enxurradas produziram peixe e até o ferro se lavou sozinho e os diamantes vieram rebolar nas pedras concavadas de moer farinha. As próprias aves morreram quase todas e apenas se salvaram as de penas brancas, que a distância atraiu, depois comeu. E aquela chuva aproveitou aos fósseis e houve minerais que se animaram e até pedras comuns a transmudar-se em carne.

              Naquele ano a chuva choveu tanto que a memória perdeu todo o sentido. As gargantas entupiram-se de limos e as testas que os velhos pousavam nas mãos fundiam-se aos dedos e os braços às pernas e os gestos de graça fundiam os corpos e as jovens crianças ficavam coladas ao peito das mães. Só as bocas teimavam em manter-se abertas e quando mais tarde a chuva parou, das bocas saíram grossas aves negras que abalaram logo daquelas paragens. E a seca voltou e o mundo secou. A carne antiga a dar-se agora em terra, os fósseis em pedra e as ramas em húmus. E os passos poliram pouco a pouco as formas.

              Naquele ano a chuva choveu tanto
              que a memória nunca mais teve sentido. (Sinais misteriosos… Já se vê…)
              Transmudação das águas
              1

              Não era
              ainda
              o tempo das manhãs lavadas
              como noturnas cabeleiras negras
              escorrentes e interiormente macias,
              ou como o som de um galopar em chão de estrelas,
              ou mesmo a cor
              de um vinho novo contra o sol.

              2

              Era o mato,
              a mata,
              a cor lisa da pedras
              e das ramas,
              o espinho raso,
              a sombra inacessível,
              o bruto e agreste piso.

              Era a acácia,
              rara ampola de umidade verde
              concentrando
              o derramar espinhoso da temente sede
              nivelada
              na escura sucessão das copas baixas.
              A interminável dimensão do Sul
              e pó.

              3

              Era um mês de nuvens baixas,
              volumosas e ocas,
              um mês de madrugadas curtas,
              já pesadas,
              e manhãs de céu palpável,
              cinzento e rente.

              Era o mês do extremo esforço das ramagens,
              das derradeiras hastes
              quebradiças ao vento.

              O mês das migrações
              tardias e arrastadas.
              Mês de tributo às águas:
              o sacrifício imposto,
              a seleção do débil,
              do cedente,
              do mais pungente olhar brilhante
              encastoado na latente anhara
              como brasa
              derradeira e longa,
              entre a cinza
              de um ritual de obrigação cumprida.

              Era um mês de charcos negros,
              elaborados
              em profundo rasto de noturna busca,
              silêncio e espera.
              O mês das derradeiras umidades.

              4
              Era Novembro,
              um mês de cargas raras.
              úmido ardor,
              goma indecisa,
              sobressalto de ar.
              De atenção às nuvens e à direção do vento,
              consulta às luas e à ligeira referência
              de um alado brilho de inseto,
              precursor
              de um Novembro a derramar-se em suave chuva.

              Porque Novembro
              o mês difícil, é também
              o da mais breve primavera.
              Escasso deslize
              da mão da tempestade.
              5

              É tímida porém
              a consentida chuva
              e apenas nos detém a desmedida sede que governa
              o percutir dos corpos coletivos
              sobre as pedras,
              e as pedras nas vertentes,
              e a inquieta direção de um gesto
              na mineral lisura.

              6

              Novembro
              não é mais do que uma
              lua solta sem raiz no Leste,
              sem poder para embeber a terra
              e anular-lhe
              a face empedernida e velha.

              Mal se desloca a sombra
              na paisagem
              e as hastes permanecem vegetal grafia
              a destacar-se
              num céu aquém de encostas confundidas.

              E nem anula o pó
              do trote das manadas
              à volta das cacimbas,
              e nem os animais ainda aspiram
              urgência de viagens.

              A chuva de Novembro
              traz a marca
              da podridão latente
              (o que escurece
              o grão da perspectiva,
              acama a derradeira espiga
              preservada
              e marca de impotência
              o som redondo
              que se projeta curto).

              7

              Cansa olhar
              ondulações sem brilho.
              A claridade crua
              de um sol que se não vê.
              A próxima matéria
              de um céu sem altitude.
              A contenção do gesto
              e das funções.
              O navegar a mais serena ausência de contorno,
              o chão sem som,
              a sombra sem azul,
              o ar sem eco,
              sem fibra,
              sem chicote.

              8

              Depois,
              a pouco e pouco
              decanta-se o alvoroço
              e muda, em nós,
              a direção do vento
              vespertino.
              O cacto agradecido
              espiga já
              e amadurece a flor
              mais reservada
              e rara,
              rubro espinho cravado
              na teimosia opaca
              do dorso de Dezembro.

              A nitidez das serras
              denuncia
              o altear das brumas.
              E os dias de Janeiro,
              renovados de vigor continental,
              sucedem-se cada vez mais jovens,
              dando-se as mãos na noite seca
              e percutindo nela
              o brusco estralejar da lenha seca,
              o gume-instante da labareda esguia.

              9

              E perdem-se animais
              ao pôr do Sol,
              e chegam cães de longe
              a farejar a espera,
              e os rebanhos unidos
              são mais lentos
              e alongam as mil patas
              num caminhar dorido
              e delicado.

              As vozes simplificam-se
              e as visitas
              são mais longas, mais serenas, mais alheias.
              A terra espera unida aos animais
              e à gente e à obra: as mãos
              as orações e a alegria.
              Os corpos surgem nus
              e os pés descalços
              e as mãos são magras
              e dorme-se ao relento.
              E o cheiro das manadas
              monta a brisa
              para polvilhar a noite
              de um pó de ouro em que faísque
              o sol da madrugada.
              E se arredonda, em gotas duradoiras,
              o derradeiro orvalho da estação.

              10

              O ar rareia
              e o gesto
              não se mede;
              os passos são de leve
              e o pó mais fino;
              os charcos são de pedra
              e os trilhos rangem.
              Perdem-se as asas
              sem atingir o céu
              e a lua tomba, em cada noite,
              cheia, no regaço das vigílias.
              E as estrelas são de brasa, são de vidro
              ou diamante.

              11

              Porém se o tempo pára
              as serras se avizinham
              e o vento é leste e a manhã sonora;
              se os homens se despedem das mulheres e abalam
              sem destino,
              os cães trotam e latem receosos
              e os animais bravios
              não se ocultam;
              se o mar se ouve ao longe
              e os comboios
              nos vêm recordar
              o cansaço desmedido das viagens,

              12

              talvez esteja prestes
              a pureza
              da lua fevereira e decisiva
              e baste
              um vegetal estalido de mucosa
              para rebentar,
              em águas,
              toda a prenhez do céu
              num gesto muito simples
              de parto extemporâneo e fácil.

              Um brando golpe a declarar
              cumprido
              o tempo
              saturado
              da combustão da espera
              intemporal e aceite,
              uma madura sapiência
              de olhar líquido
              vertido no horizonte
              para embeber-lhe a sede.

              13

              Talvez até
              (porque se arrasta
              desmedida
              a calma e aguarda
              a lua negra e nova)
              um ato de mistério
              venha arder
              na puríssima e última alvorada:

              um estupro; um crime;
              em ai de carne acesa, penetrada,
              que vá verter-se
              em bocas deslumbradas de crianças;
              a morte de um profeta;
              a entrega oferecida de uma fêmea menstruada
              que esconda em si um útero de espinhos
              e um destino de exílio.

              14

              Em verde estala então a estação crua
              que desponta em branda nata
              e se povoa
              da coletiva sede transumante.

              15

              Caldeira ressequida
              a terra aceita a chuva
              que lhe dissolve incrustações remotas.
              E em alternada projeção de luz
              o céu descobre o sol
              e lhe arremessa
              o peso imenso de uma nuvem baixa
              a vomitar-se em espasmos
              de ensossa claridade fluida.

              Horizontal e calma
              a terra aceita a chuva
              que lhe dissolve o cio
              e lhe penetra
              a natureza funda fecundável.
              Transmuda-se a macheza do horizonte
              e desabrocham lábios
              de avidez passiva.
              Ovulações guardadas,
              animadas pela surpresa
              de um reviver festivo,
              breve se animam, jovens, resolutas,
              para aninhar em si uma semente achada,
              anônima aventura
              de ansiada entrega.

              16

              Fazem-se os rios,
              despontam os capins,
              passam rebanhos
              e cruzam-se recados de água achada.
              Seguem-se o rasto de mensageiros
              demandantes de outras pátrias para os seus gados.

              Atingem-se murmúrios de manadas,
              sofreguidão liberta a derramar-se em dambas.
              Despertam-nos vagidos de recentes crias
              paridas coma água pelos caminhos
              e o seu olhar serve de espelho ao verde
              de que se faz o leite a derramar-se
              farto
              na áspera ternura dos seus beiços.

              Cortinas
              de excitante e odoroso cio
              tolhem a ,archa cega de corpos luzidios
              para embeber pulmões e enrijecer
              a quadratura sólida dos machos
              donde escorre a nata
              espessa, excedente
              e nacarada,
              que redime a espera ultrapassada.

              17
              E faz-se gorda a terra
              e lhe estremece a carne-madre farta,
              contente e abundante,
              saciada,
              bem parida e já refeita,
              acarinhada.
              Sobram quindas de mel pelas vertentes

              E o peito escorre, generosos e alto.
              Dorme a terra em verde e luz
              imensurável mesa de um anual banquete
              que festeja
              a imanência fêmea e mãe
              da natureza.

              18

              Que corajosa ação,
              explosão, renúncia, desmedido voto,
              haverá, ainda assim, para deter
              a cósmica e divina translação
              que oferece o dorso largo
              ao renovar da sede?
              Das luas em cadeia se liberta
              a cáustica aspersão
              que extingue o verde
              extemporâneo e baço já.

              À estepe cabe a capa de uma austera cor,
              A míngua de água,
              A face dada à brisa seca,
              O caminhar de leve
              Entre o quebrável.
              O recordar das pistas
              de outras águas,
              de outras noites.

              À estepe cabe a esfera do ruído
              que antecede o tempo,
              um deslizar vital,
              um perigo que se instala nas montanhas
              e desce alturas cavalgando o vento,
              a extrema segurança da vontade,
              a estrema insegurança da atenção,
              a sólida aridez essencial,
              a fácil madrugada navegável.

              19

              Porque o deserto é macho
              e avaro do gesto
              e se projeta em julho
              triunfante
              tangendo os seus rebanhos transumantes

              Que vota ao céu
              de novo couro seco
              e à lua,
              que detém as águas
              e ao vento,
              domador da anhara
              e à noite setembrina,
              propícia de loucura e de uma irreversível
              votação ao sul.(A decisão da idade)
              Fala da rainha de regresso ao Kimbo
              O capitão chegou
              viu e venceu.
              É a sua força
              de matar-me os homens.
              Minha porém, maior,
              é a ciência
              de entender os astros.
              à mão que fere e mata
              oponho uma colheita de segredos.
              A terra é minha
              e dela me entronizo.
              às gerações delego
              a reconquista.
              O tempo que me serve
              é de outra cor
              e o sol decidirá
              a cor do mando.

              Irmãos ouvi-me bem
              eu sou rainha.
              Quem vos governa os corpos
              saberá
              das outras heranças
              para que me guardo.

              De que futuro pode haver temor
              para quem tanto acumula de passado? (Memória de tanta guerra)
              Fala da Rainha para Bento Banha Cardoso
              Antes do mais sou fêmea
              e vós sabeis
              que uma mulher dispõe
              de outros recursos.
              Para vosso desfavor
              eu sou mulher
              e rei
              cabo de guerra
              e negra.

              Respondo pela voz de fêmea:
              – aspiro a ver-vos rendido.

              Respondo pela voz do povo:
              – o povo quer-vos vencido.
              Pela voz das tropas respondo:
              – apraz-me ver-vos em fuga.

              Respondo pela voz da raça:
              – a raça quer-vos humilde.
              A guerra é sem quartel
              capitão-mor
              e se eu morrer sem ver-vos
              de abalada
              hei-de parir quem cumpra
              essa alegria. (Memória de tanta guerra)
              Fala da Rainha exilada na Matamba
              Deste reino vigio
              a vossa andança.
              Distantes de seu fogo
              soi-lo vós
              eu estou em casa.
              Sou livre ainda
              e se ora aqui me instalo
              é para vos trazer
              sempre em cuidado –
              que entre os meus moro
              e piso a terra minha
              enquanto em vós…
              divide-se a lembrança
              entre outras terras
              e o medo de não mais
              poder pisá-las –

              Eu se morrer
              ao menos morro em casa.
              E vós?
              Não deixareis aqui
              junto com as armas
              vossas ossadas que afinal não são
              mais brancas do que as minhas
              que sou negra? (Memória de tanta guerra)
              A gravação do rosto
              Na superfície branca do deserto
              na atmosfera ocre das distâncias
              no verde breve da chuva de Novembro
              deixei gravado meu rosto
              minha mão
              minha vontade e meu esperma;
              prendi aos montes os gestos da entrega
              cumpri as trajetórias do encontro
              gravei nas águas a fúria da conquista
              da devolução do amor.

              Os calcários e os granitos desta terra
              foram por mim pesados.
              Dei-lhes afagos
              leves olhares
              insônias longas
              impacientes esperas.

              O zinco dos telhados cobriu-me solidões
              e esperanças que tu sabes.

              Esperei por ti
              Bordei-te flores nos canteiros do céu
              abri-te valas, semeei-te milhos
              pari colheitas de searas vãs
              abri os dedos, semeei calhaus.

              Espremi a terra e fiz-lhe água nascente
              povoei prados de criaturas doces
              ergui torres, girassóis gigantes
              dei vida e morte, vi nascer, morrer.

              Aqui reinei, julguei, plantei videiras
              caminhos, grutas de vestígios
              colhi olhares de animais bravios
              deixei aos dedos aladas liberdades.

              Empilhei madrugadas de atenção
              disparei molas, carabinas frias
              de traição ao vento.
              Combati silêncios, instalei trincheiras
              de perdão. Recebi recados de mongólias vastas
              acendi fogueiras
              para sufocar o medo.

              Aqui sonhei europas, verdes ásias
              cidades de cristais, antárdidas caiadas
              daqui refiz a lua de astronautas;
              contei estrelas colhi algumas
              para dormir com elas.

              Aqui ejaculei delírios verdes
              que a madrugada insinua e vence.
              Aqui colhi primícias de virgens escandinavas
              e coroei outeiros e o meu sexo
              com as suas tranças de ouro.

              Saltei de monte em monte
              e naveguei o ventre do deserto
              assinalei o umbigo do mundo e plantei setas
              apontando o sexo fundo da terra.
              Beijei a carne universal e úmida de uma fêmea em cio,
              menstruada.

              Aqui me dei, aqui me fiz
              desfiz, refiz amores.
              Aqui me embebedei e vomitei o espanto.

              Daqui abalo hoje, parido para o nada
              apalpo a água
              afago um bicho
              ordeno qualquer coisa
              e vou.(Memória de tanta guerra)
              Memória da guerra em julho
              1

              É preciso que aconteça numa manhã sem sol e sem
              recurso para o cansaço que o corpo traz da noite. É preciso
              também valorizar o medo. Dizer assim, talvez:
              – a guerra continua, dormi a noite toda
              e a guerra continua.

              Uma luz como a de outubro surgirá em julho.
              Atingirá as formas como se as formas a desconhecessem,
              como se até aí fossem rocha apenas sobre as areias que há
              [no mar profundo
              e não soubessem nada do seu próprio corpo
              e a luz as dissolvesse numa excessiva sobre-exposição.

              Vem declarar, num instante, a anulação completa das
              [idades.
              A progressão da luz e a regressão da forma.
              A dissolvência, em suma.

              Os contornos estão perdidos para sempre. Agora é a memória,
              memória, a madrugada, a opacidade imaculada do silêncio.
              Esta era a profecia. O retrato fiel do fim do mundo.

              2

              É já apenas só uma memória.
              Falo da luz que irradiava dos cadáveres
              e das águas fermentadas que os continham.
              Havia um frasco, enorme.
              Crescera desmedido para albergar compassos de uma guerra longe:
              os ecos todos dos obuses todos
              os glaciares do medo nas arenas do norte.

              À volta uma manhã que era já quente, a luz rente de
              outubro, a iminência da dissolução.
              E havia o frasco, um frasco enorme, prismático e aberto,
              retendo o amarelo de uma água velha,
              matéria a mais propícia à gestação dos limos e das algas.
              À tona alguns cadáveres, o ventre exposto, inchado e branco,
              alguns também retidos na verdura
              e os olhos sobretudo, provocação soberba da miséria.
              Quando isto aconteceu eu era muito novo
              e sem recursos para iludir surpresas.
              Mais tarde atravessei cidades mortas
              Não as temi. (Morte ou memória? Como entendê-lo agora?)

              3

              Os pequenos dragões puseram a gravata, ajustaram ao corpo a couraça do orgulho, consultaram num instante a cartilha da paz, e vieram para a rua comandar a guerra. A ordem de batalha está completa: o cancro explodirá
              Pela madrugada. Nem as franjas da noite estarão bastante longe. A flor do eco, que abre nos peitos um lugar para a sede, oscilará suspensa no silêncio,
              assegurando o gangrenar da aurora.

              Os pequenos dragões esbracejam na penumbra. Estendem o braço para afagar o ferro e aferem, um a um, os potentes instrumentos da confiança. Os pequenos dragões estão sobretudo ansiosos. Exibem, varonis, a ereção da voz e arremetem-na de encontro à multidão para fecundar-lhe o embrião da raiva.

              A aranha é instalada nos baldios da fé. Assenta o peso sobre a carne incauta e crava as garras, para se afirmar, na oferta abdominal das hostes seduzidas. O ferro arranca vivas de prazer. Entre dois crânios grandes um pequeno, de forma a que não haja qualquer falha e se edifique um piso só de crânios. O aparelho vive de equilíbrios.

              Os pequenos dragões não podem mais. É tempo já de acometer a noite. As condições propícias estão criadas: há já um cio para umedecer o medo. Sejamos fêmeas para a ereção da armada. Do som haverá luz e das brechas da carne escorrerão manhãs.

              O sangue, hoje, é dos outros.

              4

              Acordas ansioso por saber das grinaldas que o sangue abriu na noite. Enfrentas a manhã nua e devassa como a parede branca a que se rasga a forma de um cartaz antigo. Caíram os tapumes da confiança e eis presente, como nunca adversa, a geografia cada vez mais tensa. Vês a língua de areias servida de outra luz. A memória sumiu-se, cristalizou nos ecos. A gestação do medo arruinou as horas.

              Ensaias o andar antes sabido. Apenas expões a pele sem que o contorno do teu velho corpo revele indícios do que lhe vai por dentro. Reinventas no mundo a implantação do vulto, lavado agora das razões seguras. Estar vivo e acometer a claridade implica a vocação de afeiçoar o corpo à praça imposta. Há uma maneira apenas de enfrentar o frio. É transportar, por dentro, o mesmo frio. Não fere, a decisão, muito para além das decisões alheias.

              5

              Nada mudou para quem delega a glória.
              Nada é tão grave que nos impeça os corpos.
              Estamos aqui, sentados, sabendo que o conforto é só cá dentro e a casa é cheia de alegria e festa e a carne é fresca porque viva e alheia à carne longe, retalhada e fria. Somos de fato, em nosso apuro e com o nosso dote, uma versão apenas indecisa do nó que nos habita bem no centro. Rapazes, raparigas,que cada um empunhe a flor oculta para inseri-la entre pernadas jovens.

              A morte longe enquanto nos arder à flor da boca esta atenção pela florações dos outros.(Memória de tanta guerra)
              De como os Europeus, no Séc. XV, violaram o sudão ocidental
              As colunas quebradas, que é tudo quanto resta das catedrais antigas, estão projetadas contra o fim da tarde. A cidade está morta. E nela a ausência deu lugar à luz de um chão vermelho, exausto de derrotas e de perpétua entrega.
              Há uma fadiga imensa na paisagem toda. As casas são de terra, todas baixas, e é muito extensa a sucessão dos tetos. As paredes refletem uma cor madura que é dos frutos sãos quando se apuram num lento esmorecer, expostos ao sol. O mar é uma tolha posta a prumo aonde brilha a pincelada larga das correntes frias E o céu escurece, desde aqui ao mar, premeditando tenebrosas gestas. As colunas estão nítidas e próximas. Há nelas a memória de uma figura esguia que repartiu pelo mundo a sua inquietação e foi deixando a marca do que lhe estava para além da carne. Só a ruína lhe desvenda a essência.

              Os capacetes brilham na ladeira. São os conquistadores que tudo ignoram, a progredir num chão que os desconhece. As armaduras tinem, percutindo o esforço. São cavaleiros sujos, descuidados, batidos pela ausência, temerosos do tempo, mudos de estranheza. Penetram nas casas e ressurgem tensos. Nas mãos trazem despojos de indeciso uso. Ensaiam movimentos que os definam, extraem-lhe sons que os tornem praticáveis.

              Um mancebo sereno vem junto com a tropa. Desdenha o saque. Do cimo da ladeira dilata em volta um gesto de atenção. Virado ao mar, recua agora em direção ao templo. Volta-se breve e pára para erguer a fronte e receber no rosto a saturada luz do fim da tarde. Tremem-lhe as pernas e descobre o peito que é branco e plano como um portal antigo. Um princípio de ventre denuncia a carne.
              Ajoelha-se humilde na escadaria limpa. Deixa que as vestes tombem para revelar-se nu. O rosto exprime a rapidez do encanto. Verga-se dócil para beijar a pedra. Em silêncio vem vindo um cavaleiro adulto. Liberta o corpo
              da armadura fria e acomete ereto aquele carne branca.Escorre um caudal de choro pela vertente. (Memória de tanta guerra)
              “um gesto apenas bastou…”
              um gesto apenas bastou para suspender os discursos. A surpresa foi geral. Ninguém vivo ainda vira um gesto assim desenhado. Mas a memória sabia que um gesto assim decidia da sorte dos homens vivos, e alguém diria, mais tarde:

              eu vi o rei, de um só gesto, ditar o tempo de luto.

              Os mais velhos entenderam e as trinta mulheres presentes afastaram-se caladas para ocultar com carvão os sinais da juventude. e o mensageiro real, paramentado a rigor com as próprias vestes do rei, abalou, na mesma tarde, par dilatar a mensagem. em cada casa que entrava não passava do portão, e se as crianças falavam alheias àqueles sinais, os adultos estremeciam e corriam a erguê-las de encontro ao sol para sanar o crime de tais palavras. a partir daquele momento no país só se ouviriam as cordas dos instrumentos e o canto dos trovadores. estava o luto decretado não pela morte mas pela vida de um rei sábio mas cansado. o coito foi interdito. e algumas mulheres morreram porque no seu ventre havia a fome de uma serpente que à falta de outro alimento lhes devorou as entranhas. e só era cultivado o que bastasse ao sustento das bocas dadas ao luto e ao esforço do crescimento.

              e enquanto o rei não morreu da decisão de morrer os trovadores procuraram repor a ordem no mundo. acorriam à ombala de toda a parte, a tocar. e cada um
              traduzia as causas da infelicidade que lia em si para dizer da infelicidade real. o tempo foi penetrado pela expressão dos que sabiam e a memória modelada no gênio dos mais dotados. os pastores vinham de longe ouvi-los de madrugada para repetir no trabalho as trovas mais conseguidas. e muitos homens comuns fizeram da ereção uma força para cantar. e as mulheres para dominar o desejo acumulado puseram todo o vigor na dança até recriar os movimentos da origem.

              o dia sedimentava o que a noite efervescia. e o país foi fecundado pelo cantar do povo todo. então quando a poesia conquistou todos os sons e a linguagem estava grada de poder e juventude, e de invenção e de origem, o rei pediu para beber o veneno mais real. e perante o cantar alto dos guardiães da palavra despediu-se desta vida em silêncio para entregar o verbo recuperado ao seu
              povo e ao sucessor. (Sinais misteriosos… Já se vê…)

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              Profecia de Nakulenga

              (origem Kwanyama)
              Algo de estranho se agita nas águas
              algo de estranho se arrasta na terra.
              Era longe, ficou perto, agora é cá.
              E o povo já foge.
              Talvez até caia
              um pau de omuhama
              na estrada a indicar que para o rei
              a morte vai chegar
              a vida é breve.
              Eles vêm de um país muito distante
              e trazem para dizer coisas diferentes
              que é preciso avaliar com atenção.
              Cruzava o país e dos nobres eu via
              os ricos currais.
              Renovo a viagem

              e que vejo agora?
              Dos nobres agora não vejo os currais
              mas vejo dos brancos
              suas construções.(Ondula, savana branca)
              Canção de guerra (origem Kwanyama)
              O covarde ficou
              voltou para trás
              agiu de acordo com a mãe.
              De nós porém
              bravos homens
              muitos morreram
              porque lutaram.

              (chora a hiena
              chora
              a hiena chora)

              O nosso camarada jaz no chão
              não dormirá conosco.
              Ali o deixamos
              pernas e pés na berma da estrada
              a cabeça tombada
              no meio da rama.

              Soldados de Nekanda
              conquistadores de gado para Hayvinga
              filho de Nasitai:
              somos rivais em casa
              pelas mulheres.
              Na guerra, na floresta
              somos da mesma mãe. (Ondula, savana branca)
              A fome (origem Kwanyama)
              Quem pouco fala não diz nem bem nem mal
              e o morto, no caixão
              não tem voz ativa.
              Tu, quando falas
              matas os da cobra
              e os da hiena
              vão para a sepultura.

              Para que nós, na desgraça, não roubemos
              para que nós, viajantes, não roubemos ninguém
              Senhor, Deus de Nangobe
              dá-nos a chuva.
              Avô dos miseráveis
              Mãe dos pobres
              Tio dos famintos
              Mãe, Avô e Tio dos que caem nos caminhos da fome
              faz sair a chuva
              faz crescer os mantimentos
              inunda-nos com a tua água.

              Ajuda os pobres, Deus de Nangobe.
              Cai chuva
              e traz-nos a bênção
              do canto das rãs.
              Aonde dorme, a chuva?
              Na figueira da Haudila?
              Nos grandes paus de Solela?
              Eu queria o vento.
              Eu queria a tempestade
              e a faísca que levanta
              pela raiz
              a pequena palmeira.

              Rei Mahondi de Mwaeta
              soberano Kahondi do Muvale:
              Senhor!
              O calor já está a prolongar-se.
              A massambala seca
              a semente definha
              e a rama murcha.
              A fome aproxima-se, Senhor!
              A seca já chegou às nossas portas
              e até já se instalou em nossas casas.

              Levou alguns para a lagoa
              outros foram para o Lubango.
              Não há para onde fugir
              quando se é presa da fome.
              A fome é filha das feras
              está no teu estômago e diz:
              vai roubar, vai roubar.
              Os seus cornos são agudos e direitos
              mais finos do que azagaias.
              Não deixam marca
              nem ferida nem chaga.
              Oh meu boi magro
              quando a chuva morre
              não há casa que não faça o inventário.
              Luto pesado! (Ondula, savana branca)
              Ferreiro
              e então pensei: este ferreiro aqui a trabalhar o ferro, senta-se assim numa pedrita baixa e tem dois foles mesmo à sua frente, sai-lhe das pernas um canal comprido, maneja as varas para empurrar o vento, o ar circula pelo tubo adentro e vai verter-se na fornalha acesa, eis um ferreiro entregue ao seu labor, eis uma coisa antiga, sim senhor.

              e então pensei: este ferreiro assim na posição que tem, sai-lhe das pernas um canal comprido, masturba as varas para empurrar o vento, verte-o – de que linhagem vens?
              e ele respondeu, de costas:
              – o meu sopro é o do metal.
              afasta-te, mulher, que uma palavra minha pode gerar-te um crime.
              postou-se nu perante a tempestade para embeber-se do poder do fogo.

              e ouviu a voz de um morto que dizia:
              – o teu desejo pede mais que a carne.
              extinguiu-se em ti a exaltação das virilhas.
              és aprendiz de Deus, semearás pelo verbo.
              o pensamento, em ti, há-de escorrer pelos braços
              e ele é tão puro que incandesce a terra.
              trabalha a pedra.
              da tua entrega acordarás fecundo
              para inaugurar uma linguagem nova.(Sinais misteriosos… Já se vê…)

              _______________________________________-

              Última estória

              I

              buscou assento na pedra
              e olhou para dentro da fresta
              donde a torrente saía
              a serpente sairia.
              fez da laje a cama quente
              para o seu coro quente e liso
              na pele da pedra a lisura
              de outras antigas entregas.
              ajeitou-se para dormir
              fechou-se a noite em seu sono:
              no alto a lua propícia
              ao tempo que está para vir.
              luz da lua:

              deus a muda
              ou deusa muda?

              II

              em cada nascente tem
              uma serpente que a guarda

              que aguarda a noite e
              interrompe
              o permanente labor
              de a libertar de areais
              para vir alongar o corpo
              junto ao corpo de um rapaz
              que sonha que é virgem-fêmea
              preparada para se dar.
              guarda de águas:

              quem a guarda
              quem a aguarda?

              III

              e a serpente interrompeu
              o seu labor social
              para vir enlaçar o corpo
              com a fêmea que a lua dava.
              a longa noite das águas:
              corpo-a-corpo, línguas mansas
              no coração e no ventre.
              águas há que só se alongam
              no tempo que as luas dão.

              IV

              e quando a lua sumiu
              e a bruma se fez no frio
              dos lençóis da madrugada

              devolveu-se aos areais
              a serpente que os limpava
              e o rapaz voltou para a casa
              que era a sua e abandonara.

              V
              mãe das águas para vaza-las
              nos olhos que a sede vaza
              semeava o verde à volta
              do seu corpo transmudado.
              levava em si a nascente
              que a serpente lhe gerara:
              verde virava a secura
              em que o seu olhar poisava.

              VI

              saiu pelo mundo a repor
              as luas no tempo delas:
              a da seiva, a da semente
              a que faz tremer as folhas
              a das raízes poupadas
              a da flor(que é a do fruto)
              e a dos caminhos fechados
              pelas searas sazonadas.
              a da última verdura
              e a da marcha da secura
              a do vento que é menor
              e a do vento que é maior
              a da pequena carência
              e a dos pastos já queimados.
              depois de novo a da seiva
              a da semente e as mais
              todas no tempo que é justo
              e que assegura a fartura
              do tempo que há para cumprir.

              VII

              cumpriu tudo até ao tempo
              da lua que se acrescenta
              ao tempo
              para indicar
              o tempo que está para vir.
              e então mais cedo que a estrela
              que acompanha o caçador
              saiu de novo da casa
              que era a sua e a que voltara

              VIII

              e num lugar que era seco
              entrou numa fenda aberta
              donde a água não brotava
              e ali fez-se uma nascente.
              era agora uma serpente
              que velava pelas águas
              de uma torrente nascida
              como as outras mais antigas.

              guarda de águas:
              quem a guarda
              quem a aguarda?

              IX

              e quando o mundo secou
              de novo a pedir alguém
              que fecundasse o luar
              com as águas do seu olhar
              sentiu a nova serpente
              que na laje lisa e quente
              da nascente que guardava

              um rapaz adormecera
              fatigado de luar.
              no alto a lua propícia
              do tempo que está par vir.

              X

              e a serpente interrompeu
              o seu labor social
              para vir alongar o corpo
              junto ao corpo do rapaz.
              a longa noite das línguas:
              águas há que só se alongam
              no tempo que as luas dão.
              luz da lua:

              deus a muda
              ou deusa muda?

              XI

              e quando a lua sumiu
              e a bruma se fez no frio
              dos lençóis da madrugada
              o rapaz voltou para a casa
              que era a sua e abandonara.
              verde virava a secura
              em que o seu olhar poisava. (Sinais misteriosos… Já se vê…)
              “Das águas que o rino escolhe…”
              Das águas que o rino escolhe
              da pedra a que o vento encosta
              do unto a que o tempo obriga
              dos sais que a estação abriga
              do pasto a que o gado aspira
              da lua em que o vento vira

              Não há pastor que não saiba.
              Não há pastor que não saia de alguma curva da infância.

              Poemas escolhidos por: Profª Neide Carvalho

              Da Escola Escola Estadual Prof. Almeida Junior

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              • "O artigo inicia-se a partir do conceito de cultura no sentido geral, antropológico. Entre os tantos termos que são utilizados para definição de cultura. Neste artigo, cultura será analisada por meio dos próprios atores que a promovem, nas esferas sociais e políticas. Além disso, por ser o samba rock uma manifestação cultural contemporânea e em avanço, foi analisado o conceito de que para uma cultura em observação, as variáveis são muitas e estão em pleno acontecimento, construção e evolução." Leia o Guest Post de Edneia Limeira em www.geledes.org.br
              • A coluna NOSSAS HISTÓRIAS desta quarta-feira vem com a assinatura da historiadora Iracélli da Cruz Alves! O tema “Mulheres negras, política e cultura do cancelamento no Brasil republicano” é abordado no artigo e no vídeo nos quais ela oferece reflexões a partir de registros da atuação de mulheres negras integrantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) na década de 1940! Confira um trecho: “O que essas mulheres têm em comum? Todas eram comunistas, trabalhadoras e muito provavelmente negras, como é perceptível nas poucas imagens que até hoje encontrei. Além disso, não podemos esquecer que a classe trabalhadora brasileira tem sido majoritariamente negra, o que aumenta a probabilidade de essa pressuposição fazer sentido para os casos em que não acessei registros fotográficos. Outro ponto em comum em suas trajetórias é que todas participaram ativamente da vida política do país em meados do século XX, atuando significativamente no partido no qual escolheram militar. No entanto, foram praticamente esquecidas (ou silenciadas?) tanto pela historiografia política do Brasil quanto pelas narrativas históricas sobre o PCB. Os nomes delas, na maioria das vezes, nem sequer são citados.” Leia todo o artigo no Geledés: https://www.geledes.org.br/mulheres-negras-politica-e-cultura-do-cancelamento-no-brasil-republicano/ Veja o vídeo no Acervo Cultne: https://youtu.be/pS35-3RuNMc
              • Já que o mundo está em medida de contenção social, acredito estar diante de um dos maiores desafios que o ser humano possa receber da vida, que é o de ter a oportunidade de ficar sozinho e explorar a sua consciência, conhecer quem é essa pessoa que cohabita em meu corpo, ou seja tentar descobrir quem “eu dentro de mim”. Leia o Guest Post de Tatiane Cristina Nicomedio dos Santos em: www.geledes.org.br
              • Enfermeira Monica Calazans, primeira pessoa vacinada em território nacional
              • "Escolhi parafrasear no título do presente guest post a escritora brasileira, Conceição Evaristo, que constrói contos e poemas reveladores da condição da população negra no país. A intelectual operaciona a categoria de “escrevivência”, através de uma escrita que narra o cotidiano, as lembranças e as experiências do outro, mas sobretudo, a sua própria, propagando os sentimentos, as lutas, as alegrias e resistências de um povo cujas vozes são silenciadas." Leia o Guest Post de Ana Paula Batista da Silva Cruz em: www.geledes.org.br
              • ✊🏾 1960-1970: Grupo Palmares de Porto Alegre e a afirmação do Dia da Consciência Negra ✊🏾 Está disponível mais uma sala da Exposição “20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra” no Google Arts & Culture! Link: https://artsandculture.google.com/culturalinstitute/beta/u/4/exhibit/1960-1970-grupo-palmares-de-porto-alegre-e-a-afirma%C3%A7%C3%A3o-do-dia-da-consci%C3%AAncia-negra/tgLSJakjmcizKA 🙌🏿 Esta sala é especialmente dedicada à movimentação do Grupo Palmares em Porto Alegre, fundado em 1971, afirmando o Vinte de Novembro como Dia da Consciência Negra. Em 2021, o Vinte completa 50 anos! Conecte-se ao compromisso de ativistas negros e negras gaúchas em defesa de uma história justa sobre as lutas negras por liberdade por meio de depoimentos, fotografias, poemas, anotações, cartas, entre outros documentos. Vamos junt@s! 🖤 O material pode ser acessado em português e inglês e é mais um resultado da parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs(@historiadorxsnegrxs , Geledés Instituto da Mulher Nega e o Acervo Cultne! (@cultne) 🎉 Ao longo de todo 2021, muitas outras “Nossas Histórias” sobre vidas, lutas e saberes da gente negra serão contadas em salas de exposições virtuais!
              • "A história do indigenismo no século XIX tem importantes pontos de conexão com a história do tráfico escravista. A investigação dessas conexões permite compreender como possibilidades de branqueamento foram projetadas na nação brasileira, para além da mais conhecida: a imigração europeia ocorrida entre o último quartel do século XIX e 1930." Leia o artigo do historiador Samuel Rocha Ferreira publicado na coluna “Nossas Histórias” **A coluna “Nossas Histórias” é uma realização da Rede de Historiadoras Negras e Historiadores Negros em parceira com o Portal Geledés e o Acervo Cultne.
              • "Afirmar que este ano foi ganho para a EDUCAÇÃO parece beirar à cegueira. Escolas fechadas, estudantes, professores, gestores todos os servidores em casa e sem aulas presenciais." Leia o Guest Post de Jocivaldo dos Anjos em: www.geledes.org.br
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              Geledés Instituto da Mulher Negra

              GELEDÉS Instituto da Mulher Negra fundada em 30 de abril de 1988. É uma organização da sociedade civil que se posiciona em defesa de mulheres e negros por entender que esses dois segmentos sociais padecem de desvantagens e discriminações no acesso às oportunidades sociais em função do racismo e do sexismo vigentes na sociedade brasileira.

              Fique em casa

              A historiadora e militante negra Beatriz Nascimento (1942-1995), cuja vida e pensamento conduzem a narrativa do documentário 'Ôrí' (Foto: REPRODUÇÃO/ORI)

              Antes de ‘AmarElo’ de Emicida, estes documentários já contavam a trajetória do negro no Brasil

              23/01/2021
              Imagem: Júlia Rodrigues/Divulgação

              Emicida e o direito de sermos quem somos

              23/01/2021
              Rainha Abla Pokou (Foto: Imagem retirada do site DW)

              Rainha Abla Pokou: Mãe do povo Baoulé da Costa do Marfim

              23/01/2021

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