O ator venceu o Emmy e emocionou o público com seu discurso
No Claudia
Quem acompanha as grandiosas premiações de música, cinema e TV, sempre acaba surpreendido por uma figura masculina, cheia de personalidade e looks que chamam a atenção.
Estamos falando de Billy Porter, cantor e ator americano, que começou nas telinhas com papéis pequenos até chegar ao seu glorioso auge na série Pose, dando vida ao personagem Pray Tell, um mestre de cerimônia gay que mora em Nova York e é referência na comunidade LGBT local.
Na vida real, Porter também é assumidamente homossexual, tem 50 anos e nasceu em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Sua carreira artística teve início nos palcos e, com o musical Kinky Boots, ele venceu o Tony em 2013. A premiação é considerada o Oscar do teatro e Porter foi o primeiro ator a dar vida à personagem Lola na Broadway.
No meio audiovisual, o primeiro papel expressivo de Porter veio através da série American Horror Story. Ele interpretou o personagem Behold Chablis, em 2018, na oitava temporada. Um ano depois, passou a estrelar Pose, que, assim como AHS, foi cocriada por Brad Falchuk e Ryan Murphy.
Pose tem o maior número de atrizes trans já visto na TV americana e fala a respeito dos bailes LGBT na cidade de Nova York nos anos 1980 – em que mulheres trans e drag queens performavam e competiam. A série também se destaca pela representatividade de pessoas negras e dá foco aos dramas vividos por personagens extremamente marginalizados, que lidam com a pobreza, a LGBTfobia, o racismo, a prostituição e o surto de HIV dos anos 1980. A primeira temporada pode ser assistida na Netflix.
Confira o trailer:
Pelo trabalho em Pose, no ano de 2019 Porter foi vencedor do Emmy na categoria Melhor Ator em Série de Drama, passando na frente de Jason Bateman (Ozark), Sterling K. Brown (This is Us), Kit Harington (Game of Thrones), Bob Odenkirk (Better call Saul) e Milo Ventimiglia (This is Us).
Com poucas palavras, o ator conseguiu emocionar a todos com seu discurso poderoso. Ele parafraseou o escritor e poeta James Baldwin, que era negro e gay, além de ser ativista social nos anos 1980.
“James Baldwin uma vez disse: eu levei muitos anos para vomitar toda a podridão que me foi ensinada sobre mim mesmo, e na qual eu quase acreditei, antes que eu pudesse andar por esse mundo como alguém que tem o direito de estar aqui”. Por fim, Porter agradeceu a equipe da série, seus colegas de cena e sua mãe, Cloerinda.
Veja o emocionante discurso abaixo:
Assim como Baldwin, Billy Porter também teve sua sexualidade questionada e vista como um problema. Em recente entrevista à revista Allure – ele é o primeiro homem a ser capa – revelou que aos 5 anos de idade foi submetido a terapia por demonstrar “atitudes afeminadas” que despertavam preocupação em seus familiares.
“A construção heteronormativa de que a masculinidade é a melhor coisa me silenciou por muitos anos. Era como se a masculinidade fosse imposta antes mesmo que eu pudesse entender o que pensava sobre mim mesmo”, contou ele. Na mesma entrevista, afirmou que ama seus familiares, pois entende que viviam em outra época.
Voltando à trajetória profissional, Billy Porter também já fez alguns trabalhos no cinema. Em 2000, integrou o elenco da comédia O Clube dos Corações Partidos e, atualmente, está em cartaz nos Estados Unidos com Like a Boss. Seu primeiro grande filme, porém, virá em 2021. Ele vai estar ao lado da cantora Camila Cabello na nova adaptação de Cinderela, interpretando a fada madrinha.