Septuagenária usa grafiti para combater o racismo e o nazismo

Irmela Schramm é uma professora reformada de 70 anos, que se dedica, há mais de 30 anos, a eliminar as mensagens que promovem o nazismo e o racismo nas ruas de Berlim, na Alemanha, mas não só.

Fonte: MSN Notícias

Tudo começou quando a alemã viu um folheto que apoiava Rudolf Hess, um político da Alemanha nazi, numa paragem de autocarro. De acordo com a CNN, quando Schramm voltou do trabalho viu que o panfleto ainda lá estava e rasgou-o com as chaves de casa.

Desde então, Schramm autointitula-se de “empregada de limpeza política” e emprega cerca de 17 horas semanais a combater o ódio, com uma bolsa de tecido que contém a frase “anti-nazis”, latas de “spray” vermelho, removedores de tinta e uma espátula para raspar os autocolantes e cartazes que considera ofensivos.

A septuagenária já viajou por toda a Alemanha e por mais seis países e, segundo a CNN, já removeu “mais de 130 mil panfletos e autocolantes nazis”.

Durante a missão, Schramm tira fotografias às mensagens que encontra ao longo do caminho e pinta corações vermelhos por cima da propaganda de ódio, apaga as cruzes suásticas que estão desenhadas nas paredes e rasga os autocolantes e panfletos radicais.

“As pessoas dizem-me que sou intolerante, que não respeito a liberdade de expressão da extrema-direita, mas eu digo que a liberdade de expressão tem limites e que termina onde o ódio e o desprezo pela humanidade começam”, explicou Schramm à CNN.

 A alemã relatou que, em outubro, foi ameaçada por um polícia com uma multa de cerca de 1800 euros por estar a danificar propriedade pública. Neste seguimento, a septuagenária referiu ainda à comunicação social que, um dia, encontrou o próprio apelido num grafiti que dizia: “Schramm, nós vamos apanhar-te”.

De acordo com a CNN, o Instituto dos Direitos Humanos alemão registou, em 2015, mais de 10 mil crimes de ódio, um crescimento de 77% em relação ao ano anterior.

+ sobre o tema

Policiais fazem papel de juiz frente a queixas por discriminação racial

    Parece brincadeira Os agentes policiais ainda têm muita dificuldade em...

A vida de cada criança conta

Vamos ser claros: cada vida conta, cada ser humano...

A construção dos mitos étnicos e o retrato do racismo

Debate 'acalorado' encerra mesa sobre mitos étnicos e racismo...

Respeito é bom e nossa liberdade agradece!

Durante o programa do Big Brother Brasil deste ano,...

para lembrar

No mês da consciência negra, relatório mostra recorde de ofensas racistas no futebol brasileiro

Parcial do levantamento anual mostra 53 casos envolvendo clubes...

Negro continuará sendo oprimido enquanto o Brasil não se assumir racista, dizem especialistas

Estudiosos da desigualdade racial afirmam que, para que a...

De volta para África, só como turista!

por Sérgio Martins A atendente Maria Serafim dos Reis foi...

MP denuncia jornalista por crime de racismo

O Ministério Público de Minas Gerais (MP) denunciou, por...
spot_imgspot_img

Apostas viram epidemia e pautam voto dos jovens

Tão real quanto as chamas que destroem e a fumaça que varre territórios é a epidemia de apostas que assola o Brasil. A prática,...

Policiais que abordaram jovens negros filhos de diplomatas no RJ viram réus

Os policiais militares que abordaram quatro adolescentes – três deles negros e filhos de diplomatas – em Ipanema se tornaram réus pelos crimes de...

Os homens que não rompem com a lógica machista

Como uma mulher crítica às plataformas de redes sociais e seus usos, penso ser fundamental termos compromisso e responsabilidade ao falarmos de certos casos....
-+=