Nesta semana, começam as Olimpíadas no Rio de Janeiro. Diversos atletas de todas as partes do mundo estarão no Brasil em busca do sonhado ouro olímpico. Um evento midiático que no Brasil, em meio à crise política que vivemos, segue marcado por polêmicas, problemas relacionados à infraestrutura, segurança e questionamentos sobre o legado que os investimentos deixarão na cidade.
Por Mauricio Pestana Enviado para o Portal Geledés
Ainda assim, o simbolismo dos Jogos Olímpicos sempre foi muito além do esporte e também é uma demonstração de poder, seja do ponto de vista do individuo ou de uma nação.
As Olimpíadas já foram usadas para medir forças em um tempo que o mundo estava divido por uma Guerra Fria. Em 1936, Hitler com seu discurso de “superioridade ariana”, viu o atleta negro norte-americano, Jesse Owens, ser aplaudido em Berlim, ao levar quatro medalhas de ouro no atletismo. Em 1986, na Cidade do México, negros norte-americanos ergueram seus punhos após receberem suas medalhas no pódio, uma saudação Black Power em referência ao movimento dos Panteras Negras, em um momento que a luta pelos direitos civis e contra a segregação racial eclodiam nos Estados Unidos. Em 2008, os mesmos EUA viram a hegemonia de seus atletas derrubada em Pequim, quando os chineses ficaram a frente no quadro de medalhas.
No Brasil, democratizar o acesso ao esporte de qualidade, faz com que as modalidades sejam uma ferramenta social transformadora para jovens de periferia que vêem nas Olimpíadas uma oportunidade para realizarem seus sonhos. São dezenas de histórias de superação de pessoas que, ao menos por um mês, não estarão à margem da sociedade e terão a chance de mostrar ao mundo o seu potencial.
Reflexões como estas nos ajudam a entender que mais do que ganhar medalhas, os jogos olímpicos acontecerão mais uma vez para mostrar que também são um ato político e social perante os olhos do mundo.