SPFW: Grifes silenciam sobre negros

Fonte: Zero Hora

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que recomenda uma cota para modelos negros e indígenas no São Paulo Fashion Week foi recebido com silêncio por boa parte das grifes participantes do evento.

Dez marcas procuradas pelo Segundo Caderno informaram, por meio de suas assessorias, que não se pronunciarão sobre o assunto. O São Paulo Fashion Week (SPFW), maior evento de moda da América Latina, começa no próximo dia 15.

Após um ano de investigações pelo Ministério Público paulista sobre supostas práticas de racismo na semana de moda, o TAC foi assinado na quarta-feira. A organização do evento se comprometeu, junto ao MP, a sugerir às grifes participantes uma cota mínima – 10% do total de modelos – para negros e indígenas.

Na edição de janeiro de 2008, havia apenas oito negros entre os 344 modelos (2,3%). O assunto rendeu declaração incendiária da estilista Gloria Coelho – ao jornal Folha de S. Paulo, disse que “já tem muito negro costurando, fazendo modelagem”. Gloria foi uma das estilistas que, procurada para falar se adaptará seu casting, não quis dar entrevista.

Também não quiseram se pronunciar as grifes Maria Bonita (de Danielle Jensen), Huis Clos (de Clô Orozco), Do Estilista (de Marcelo Sommer), FH (de Fause Haten), Água de Coco (de Liana Thomaz), Neon (de Dudu Bertholini e Rita Comparato), Raquel Davidowicz, Erika Ikezili e Simone Nunes. Já o estilista Oskar Metsavaht, da Osklen, afirmou que a variedade étnica não é novidade no seu trabalho:

– Sempre usei negros em meus desfiles. Na última edição, abri a apresentação com a Gracie (modelo Gracie Carvalho).

Matéria original: Grifes silenciam sobre negros

 

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