Supermercados Extra de Santos e o Grupo Casino responderão na justiça por “violência racial”, contra senhora negra de 77 anos

“Dona Maria Rita Custódio , 77 anos “

por marcos romão no MamaPress

Procurada pela Mamapress, através de sua filha Eliane Maria Custódio, a senhora Maria Rita Custódio nos respondeu ao telefone:

“Nunca me senti tão humilhada, tão violada é uma dor que não passa. O caso agora esta com Dr. Antonio Carlo Arruda , advogado que sabe muito bem como agir em casos de racismo e todos os outros agravantes incluindo o aspecto do meu neto especial.”

Sua filha Eliane, adminsitradora de empresas formada em Santos e que vive no Rio, foi diretora de Geledés por 10 anos e hoje é gerente de Empreendedorismo e Economia Criativa para Mulheres do único Fundo específico que doa recursos para mulheres no Brasil, o ” Elas Fundo de Investimento Social“, já pensa em fazer suas malas e ir ajudar sua mãe, nos fala:

“Minha mãe , minha guerreira , amiga,minha militancia iniciou com ela que me alertava sobre a complexidade de ser mulher negra! Esta situação só reafirma como nós mulheres negras somos vistas nesta sociedade racista.

Os fatos que provocaram esta dor em dona Rita.

Em 28 de abril, a idosa Maria Rita Custódio, 77 anos, negra, tutora de seu neto, um jovem especial de 31 anos, também negro, entram no Extra de Santos. Saem sem comprar nada. São abordados por seguranças da loja, que agora pertence ao Grupo Casino, e conduzidos para o interior da loja. Lá são obrigados a despejar o conteúdo da bolsa da idosa num balcão. Diante de uma plateia de consumidores.

As consequências emocionais: Ao constatarem que nada havia sido roubado, a idosa de 77 anos e seu neto especial são dispensados. O jovem tem uma crise emocional, na rua. Policiais militares que passavam abordam os dois. Os levam de volta ao Extra e conduzem os seguranças ao 2º Distrito Policial de Santos.

A manipulação dos fatos: Apesar da iniciativa dos policiais militares, a delegada de plantão no 2º Distrito Policial de Santos lavrou o boletim de ocorrência de calúnia contra os empregados do Extra.

A busca de reparos na Justiça: O advogado Antonio Carlos Arruda da Silva, assumiu a causa da senhora Maria Rita Custódio, 77 anos, e do seu neto. Em tentativas de acordo e compensações com o Supermercado Extra e com o Grupo Casino, foi tratado com a mesma arrogância que a empresa dispensou aos dois negros (uma idosa de 77 anos e seu neto especial de 31 anos) nas dependências de sua loja. Não restou outra alternativa senão buscar os devidos reparos na Justiça.

Eliane Maria Custódio nos descreveu através de seu perfil no Facebook, a situação de violência racial, que constrange toda a sua família:

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Dona Rita e família

“Vocês estão me acusando de ladra, por que SOU PRETA E POBRE é por isso? Isso é crime de racismo vocês sabiam? GRITOU MINHA MÃE três vezes.

Essas foram as frases de minha mãe após ter sido acusada de roubar material de LIMPEZA em uma das lojas do supermercado ‪#‎EXTRAHIPERMERCADO empresa esta do grupo ‪#‎GrupoPaodeaçúcar , ao falar na Cidade de Santos para o Canal 2.

Após sair de uma consulta médica de rotina do meu sobrinho Pedro Henrique de Lima Custódio que é uma “ criança “ especial , minha mãe e Pedro entraram no ‪#‎SUPERMECADOEXTRA para comprar alguma coisa para fazer de almoço.

Ao saírem sem nada comprar, foram seguidos pelo Segurança e pela Gerente desta loja e em seguida abordados e ao atender ao chamado aos gritos de, ” ei, senhora”, foi ACUSADA pela Gerente da Loja e pelo segurança de ROUBAR UM PRODUTO DE MATERIAL DE LIMPEZA.

Pediram para ela devolver os produtos de limpeza que estavas em poder dela!

Minha mãe e Pedro Henrique voltaram para dentro da loja , passando por todo constrangimento e vergonha. pois precisou abrir a sua bolsa e despejar todos os seus pertences em cima de um balcão dentro do SUPER MERCADO EXTRA, na frente de todos os clientes que estavam presente.

Ao verificarem que minha mãe nada havia ROUBADO, ela foi liberada.

Mas minha mãe é uma mulher negra GUERREIRA empoderada sobre seus direitos, não se cala diante qualquer violação de seus direitos, ao sair do ‪#‎SUPERMERCADO EXTRA. chamou uma viatura da PM que passava na hora e os PMs prontamente voltaram com ela para dentro do EXTRA.

Os PMs pediram para falar com a referida gerente e seu segurança, que começaram a pedir desculpas antes de seguirem para Delegacia para lavrar o BO.

Imaginem a cena com minha mãe e meu sobrinho especial entrando no Camburão, além do agravante desta situação para meu sobrinho, que tem Síndrome de Asperger, minha heroína com 77 anos, uma mulher simples, que tem medo até que seu nome vá para SPC/SERASA, passando por tamanho constrangimento ao ser ACUSADA DE LADRA.
O segurança ainda diz a seguinte frase a minha mãe:

“Não é racismo , eu também sou negro!”

Espero que você segurança não faça parte da minha relação de amigos!
Estou chegando ai em Santos.
Gostaria de agradecer a pessoa que se prontificou a ser testemunha de minha mãe, deixando com ela nome e telefone.

E DE HOJE EM DIANTE . SUPERMERCADO EXTRA E PÃO DE AÇÚCAR perderam como clientes toda a minha família!

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Geledés Instituto da Mulher Negra
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