Torcida do Brasil de Pelotas expulsa homem por exibir tatuagens com símbolos nazistas

Enviado por / FonteO Globo

Torcedor tinha gravado na pele uma Cruz de Ferro e os dizeres Mein Kampf, título de livro de Adolf Hitler

Um torcedor do Brasil de Pelotas foi expulso da partida contra o Novo Hamburgo, que aconteceu neste domingo, pelo Campeonato Gaúcho, por ter em seu corpo tatuadas imagens que remetem ao nazismo: uma Cruz de Ferro e os dizeres “Mein Kampf”, título em alemão do livro “Minha Luta”, de Adolf Hitler.  Imagens do homem durante o jogo no estádio Bento Freitas, em Pelotas, circularam na tarde desta segunda-feira nas redes sociais.

Segundo a assessoria de imprensa do clube, o homem foi expulso da arquibancada por ação dos demais torcedores, que se revoltaram com as tatuagens. Após ser confrontado pelos pessoas no entorno, o homem precisou ser escoltado para fora do local pela segurança do estádio.  O clube disse não saber a identidade do homem.

Ex-candidata à vice-presidência em 2018 e à prefeitura de Porto Alegre em 2020, Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) compartilhou a gravação do homem em suas redes sociais. “Parabéns à torcida do Brasil de Pelotas por ter expulsado o homem com tatuagens neonazistas da arquibancada no jogo de ontem. Não podemos tolerar que manifestações como essa sejam toleradas!”, escreveu.

A deputada estadual Luciana Genro (PSOL-RS) também elogiou a postura da torcida do Brasil de Pelotas: “Parabéns à torcida do Brasil de Pelotas por expulsar do estádio este homem com tatuagens nazistas (cruz de ferro e Mein Kampf). Com fascistas e nazistas não tem conversa. Não passarão!”, publicou a ex-candidata à Presidência do Brasil em 2014.

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também comentou o episódio: “Derrotar a extrema-direita racista é parte central da nossa luta! Nenhuma trégua pra quem faz apologia ao Nazismo! Isso é crime!”, escreveu no Twitter.

Por meio de suas redes sociais, o clube publicou uma nota sobre o episódio: “Graças a gerações de xavantes que ao longo de 110 anos nos trouxeram até aqui, o Brasil tem na própria história um instrumento contra qualquer discurso ou ato de discriminação. O amor aos muitos que somos é parte da beleza do clube. É por essa consciência histórica que aqueles que se sentem representados pelos discursos de ódio, infelizmente cada vez mais comuns, são e sempre serão repelidos da Baixada. Quem diz isso não é só o clube, como instituição. É a nossa torcida, que sabe reconhecer ao longe quem não tem dignidade para se dizer Xavante”.

A partida da primeira fase do Campeonato Gaúcho entre o Brasil de Pelotas e o Novo Hamburgo terminou empatada em 1 a 1.

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