Valor mapeia ações de Geledés em prol do empoderamento econômico de afrodescendentes

Enviado por / FonteKatia Mello

Artigo produzido por Redação de Geledés

Jornal econômico, com depoimento de assessora internacional do instituto, explica como a organização defende políticas públicas de igualdade racial e de gênero em fóruns internacionais

Valor Econômico publicou, nesta terça-feira 30, uma matéria exclusiva sobre a atuação internacional que Geledés -Instituto da Mulher Negra vem realizando em diversos fóruns fora do Brasil, com especial foco para o empoderamento econômico dos afrodescendentes. Segundo avaliação feita ao jornal econômico pela assessora internacional de Geledés, Carolina Almeida, nesta atual presidência anual do G20, o Brasil tem a oportunidade de liderar o debate de igualdade de gênero e raça e levar o tema do empoderamento econômico das mulheres para o centro das discussões econômicas do grupo que reúne as maiores economias do mundo.

Texto destaca que o instituto participa de fóruns internacionais e defende políticas públicas de igualdade racial e de gênero, e que Carolina Almeida, ao lado de outras pesquisadoras e representantes da sociedade civil, trabalha como co-facilitadora do Grupo de Trabalho 8 (Empoderamento de Mulheres), que foca na defesa dos direitos das mulheres, com destaque para as mulheres negras.

De acordo com a reportagem, o grupo de trabalho internacional de Geledés preparou as recomendações do policy brief, um documento que serve para informar e influenciar as discussões e decisões dos líderes e ministros do G20. Entre os eixos temáticos, o documento abordou desde mudanças climáticas, educação e combate à violência até representação na vida pública e empoderamento econômico das mulheres negras.

Ainda com base em entrevista de Carolina Almeida ao Valor, o jornal ressalta que o empoderamento econômico se tornou o tema-chave de Geledés diante da sua relevância para a emancipação das mulheres, sobretudo das mulheres negras. Isso, como sublinha o periódico, por conta dos desafios que essa parcela da população ainda enfrenta.

Dentro desta temática, a assessora internacional de Geledés discorreu sobre o momento do Brasil no cenário mundial. “Falar sobre o empreendedorismo neste momento também da presidência do Brasil noG20 é estratégico. A liderança do Brasil traz essa oportunidade de influenciar a agenda internacional”, disse ela ao jornal.
“Queremos um empreendedorismo capaz de expandir e gerar empregos, com recursos financeiros, mentoria, apoio técnico e acesso à crédito. Tudo que garanta que as mulheres negras possam empreender de modo a agregar valor nas cadeias locais e globais. Não queremos um empreendimento de uma pessoa só”, complementou.

Carolina mencionou à reportagem do Valor o relatório do Citigroup que aponta a adição de US$ 5 trilhões em atividade econômica nos Estados Unidos em caso de o país diminuir a desigualdade racial entre americanos negros e brancos, tomando este como um exemplo de pesquisa que poderia servir de base para o Brasil, diante da similaridade da desigualdade racial e social em ambos os países.

“Depreende-se que haveria ganhos similares aqui também. O empoderamento econômico das mulheres negras possibilita essa dupla virada de chave, garantindo progresso econômico juntamente com a justiça racial”, afirmou a assessora de Geledés.

O jornal também contextualiza o movimento de advocacy de Geledés nas ações do G20 que se destina ao apoio à implementação das recomendações apresentadas no “policy brief”, um momento considerado crucial antes da reunião da cúpula de líderes em novembro. Neste cenário, o veículo destaca a parceria entre Geledés e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no tratamento do papel dos bancos de desenvolvimento no empoderamento econômicos das mulheres negras.

No final da matéria, a assessora de Geledés indica a expectativa sobre o Brasil e outros membros do G20 em implementarem políticas públicas de empoderamento econômico voltadas às mulheres negras. “O Estado brasileiro não tem e nunca teve política pública orientada especificamente às mulheres negras, o que é surpreendente dado que somos a maioria populacional no país. Nossa expectativa é de que finalmente tenha chegado esse momento”, conclui ela.

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