“Vergonha da Raça”, é quando o branco no Brasil, fala do racismo do Branco no Brasil

No próximo dia 24 de fevereiro volta ao ar,  o programa “Tá no Ar” em que brancos denunciam o racismo perpetrados por brancos. Assim nos relata o blog “Conversa Afiada”:

por Marcos Romão no MamaPress

“O Programa ‘Tá no Ar’, da TV Globo, voltará a ser exibido no próximo 24 de janeiro. Comandada pelo humorista Marcelo Adnet, a atração resolveu antecipar uma de suas esquetes na internet.

O quadro faz uma paródia dos comerciais de banco com uma crítica sobre privilégios de pessoas brancas.

No vídeo, os personagens aparecem sendo servidos por pessoas negras em diversas situações e dizem coisas como “tive acesso às melhores universidades” e “eu sempre sou bem atendido nos melhores restaurantes”.

Ainda nem está no ar, mas a direita já está reagindo, como a publicado na página de direita “Ceticismo Político”, em que acusa Adnet de insuflar o ódio e a divisão racial do Brasil, além de mandar um recado ameaçador aos negros brasileiros:

” Adnet é da elite, ao contrário das vítimas da violência que sua campanha de ódio racial vai causar”leia o artigo completo

 “Rassenschander”, ou “vergonha da raça” era o “criminoso” alemão ariano, que se envolvesse amorosamente com pessoas, que os nazistas considerassem oriundos de sub-raças. Também podia serem chamdaos de “vergonhas da raça”, os filhos e filhas dessas uniões, e quem demonstrasse compaixao ou solidariedade com judeus, negros, eslavos, sintis e romas(ciganos) e outros povos não arianos.

A nova direita européia, brasileira e americana, tem ganho as ruas e meios de comunicações e têm grandes chances, de repetirem o que acaba de acontecer nos EUA e elegerem na França, com Marie Le Pen, mais uma liderança mundial proto-facista e racista.

O clima político no Brasil não está diferente.

Movimentos parafascistas, com muita bala na agulha e apoio financeiro de partidos políticos ditos democráticos, a pretexto de defenderem escolas sem partidos e protegerem nossas crianças contra as “misturas sociais”, criam leis que censuram discussões e que limitam a liberdade na internet e nos meios de comunicaçãoes, e insuflam de ódio a população, acusando os direitos humanos e de cidadania conquistados por mulheres, negros, indígenas e lgbts, como a causa dos males do Brasil.

Defender direitos humanos virou crime na cabeça dos proto-fascistas, que de maneira sorrateira, invertem os valores morais alcançados desde o final da II Guerra Mundial, e invocam o direito de serem racistas, sexistas, homofóbico e anti-indígenas, por estarem supostamente sendo discriminados como “minoria de totalitários”. Invocam assim na democracia, o direito “igual” de opinarem e lutarem para derrubá-la.

Sabemos que não faz parte da linha da Globo, criticar o racismo dos brancos no Brasil, quando o fazem. são mais casos pontuais, excecões, numa sociedade em que para a Globo, o racismo é um problema dos negros e não dos brancos. A Globo até agora tem defendido e incentivado, mais o status quo do racismo brasileiro, do que atuado para combatê-lo.

No atual quadro político racial brasileiro, o Marcelo Adnet e sua produção têm mais é que se cuidarem, para  não serem chamados pelos racistas brancos, de “vergonhas da raça”, de brancos que cospem no prato branco que comem.

E os negros do Brasil, o que falam disso?

Desta vez, como na Abolição, vamos ficar observando esta briga de brancos, pois se esta vinheta for mesmo ao ar no dia 24, estamos curiosos sobre como o departamento jurídico da Globo irá se comportar, ao receberem acusações que geralmente só são feitas contra os negros.

 

Talvez o o Marcelo vá precisar um advogado com seu ato de moderna Princesa Isabel, pois com o ineditismo de cortar a própria carne, a princesa foi expulsa do Brasil.

O Marcelo pode ser expulso de sua própria equipe que só tem brancos, e pode haver oposição branca ao chefe dentro do grupo.

Para branco falar do racismo no Brasil, é preciso ter casca grossa, pois como postou um ativista negro no Facebook, cortar da própria carne não é fácil.

“Reconhecer privilégios é diferente de estar disposto a abrir mão deles…”

Leia também:

Ser branco é uma fonte inesgotável de privilégios sociais

25 Privilégios de que Brancos usufruem simplesmente por serem Brancos

Pessoas Brancas Falam sobre Privilégio Branco

“Branco no Brasil”: A acidez crítica de Marcelo Adnet expõe uma das maiores feridas ainda aberta do Brasil

+ sobre o tema

Delegado é denunciado por abuso de autoridade contra estudante

O titular da delegacia do município de Caracol...

Eu dentro de mim

Já que o mundo está em medida de contenção...

Datafolha comprova: protesto é justo

Pesquisa revela que a avaliação da população sobre o...

Acordo para cota étnica provoca polêmica no mundo da moda

Fonte: Roxane Ré A baiana Anne Barreto, 19, também afirmou...

para lembrar

Ludmilla prestará queixa contra apresentador que a chamou de “macaca” na TV

Ludmilla prestará queixa contra o apresentador Marcão Chumbo Grosso,...

Zoológico Humano no Rio de Janeiro. Quando o circo dos horrores entra pela porta MAR

EXHIBIT B , ou Zoológico Humano, como está sendo denominada...

Como experimento racial com bonecas contribuiu para fim de segregação nas escolas dos EUA

Entre os argumentos que influenciaram a histórica decisão da...

Edital: Enfrentando o racismo a partir da base: mobilização para defesa de direitos

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua...
spot_imgspot_img

A natureza se impõe

Mundo afora, sobram sinais — de preocupantes a desesperadores — de fenômenos climáticos. Durante a semana, brasileiras e brasileiros em largas porções do território,...

Criminalização e Resistência: Carla Akotirene e Cidinha da Silva discutem racismo institucional no Sesc 24 de Maio 

No dia 16 de outubro, quarta-feira, às 19h, o Sesc 24 de Maio promove o bate-papo Criminalização, encarceramento em massa e resistência ao punitivismo...

Violência política mais que dobra na eleição de 2024

Foi surpreendente a votação obtida em São Paulo por um candidato a prefeito que explicitou a violência física em debates televisionados. Provocações que resultaram...
-+=