‘Viagra feminino’: veja 7 perguntas sobre o remédio aprovado nos EUA

Venda de flibanserin foi autorizada nos Estados Unidos nesta terça-feira (18).
Apesar de apelido, funcionamento é diferente do Viagra; entenda.

Do G1

A Food and Drugs Administration (FDA), órgão governamental que regula alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, deu sinal verde nesta terça-feira (18) para a comercialização do flibanserin, medicamento apelidado de “Viagra feminino” que é destinado às mulheres na pré-menopausa que sofrem de falta de desejo sexual.

Com o nome comercial de Addyi, o medicamento deve começar a ser vendido em outubro nos Estados Unidos. Veja perguntas e respostas sobre o medicamento:

Para quem é indicado?
Às mulheres na pré-menopausa que sofrem de uma condição específica conhecida como “distúrbio de desejo sexual hipoativo generalizado adquirido (HSDD na sigla em inglês)”, que provoca a perda súbita e severa da libido.

O HSDD “adquirido” se refere à falta de desejo sexual em uma mulher que não tinha problema com isso antes e o “generalizado” à falta de desejo sexual independentemente do tipo de estímulo, da situação e do parceiro. Além disso, o HSDD não está associado a coexistência de uma condição médica ou psiquiátrica, a problemas de dentro da relação ou a efeitos de medicação ou outras drogas.

Como age?
O flibanserin é um agente não-hormonal, que atua nos neurotransmissores do cérebro para tratar a perda do interesse sexual. De acordo com a FDA, o Addyi contém um agonista (substância capaz de se unir a um receptor celular) e um antagonista de serotonina, neurotransmissor associado ao prazer e bem-estar. Mas o mecanismo pelo qual melhora o desejo sexual não é conhecido.

Funciona igual ao Viagra?
Apesar do apelido de “Viagra” feminino, o flibanserin não tem ação similar. O Viagra é indicado para tratar a disfunção erétil em homens, já que estimula a circulação sanguínea no pênis e ajuda na ereção. Ele tem efeito horas após o consumo. Já o Addyi age no sistema nervoso e deve ser tomado continuamente uma vez ao dia – pela noite – e o resultado pode demorar algumas semanas.

Há efeitos colaterais?
Sim, as reações mais comuns entre os pacientes testados foram tontura, sonolência, náusea, fadiga, insônia e secura na boca. Também pode causar queda severa da pressão arterial e desmaios. O uso de contraceptivos hormonais e álcool pode agravá-los.

Há contraindicações?
Não é indicado para tratar HSDD em homens ou em mulheres que passaram pela menopausa, nem é recomendado para melhorar a performance sexual. Também não pode ser consumido com álcool, com inibidores da enzima CYP3A4 ou por mulheres com insuficiência hepática.

Qual é sua eficácia?
Segundo documentos disponíveis no site do FDA sobre um teste clínico, as mulheres que fizeram uso do flibanserin disseram ter tido, em média, 4,4 experiências sexuais satisfatórias em um mês contra 3,7 no grupo que consumiu placebo e 2,7 antes de iniciado o estudo.

Quando começam as vendas?
O grupo Sprout Pharmaceuticals, fabricante do Addyi, espera começar a vendê-lo nos Estados Unidos no dia 17 de outubro. O medicamento será vendido apenas em farmácias credenciadas e com prescrição de médicos certificados pelo fabricante. O preço não foi divulgado.

+ sobre o tema

Mulher negra é nomeada para principal cargo da polícia de Nova York

Uma mulher negra, Juanita Holmes, foi promovida hoje a...

Quem você vai ajudar?

Se você assiste ou sabe de uma situação de...

Lançado manual sobre direitos LGBT no mundo do trabalho

ONU lançou manual sobre direitos LGBT no mundo do...

para lembrar

Caso Marielle chega ao quinto delegado após mudanças na Polícia Civil

A investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do...

Câmara aprova projeto que proíbe o infanticídio nas comunidades indígenas

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite...

Os brancos também sabem dançar

Escritor e músico angolano Kalaf Epalanga vem ao Brasil...

Show de machismo! Faixa de torcida diz que mulheres não deveriam ir ao estádio

Durante partida do Lyon, bandeira exibida pela torcida rejeitava...
spot_imgspot_img

Pesquisa revela como racismo e transfobia afetam população trans negra

Uma pesquisa inovadora do Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), intitulada "Travestilidades Negras", lança, nesta sexta-feira, 7/2, luz sobre as...

Aos 90 anos, Lélia Gonzalez se mantém viva enquanto militante e intelectual

Ainda me lembro do dia em que vi Lélia Gonzalez pela primeira vez. Foi em 1988, na sede do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), órgão...

Legado de Lélia Gonzalez é tema de debates e mostra no CCBB-RJ

A atriz Zezé Motta nunca mais se esqueceu da primeira frase da filósofa e antropóloga Lélia Gonzalez, na aula inaugural de um curso sobre...
-+=