A noite deste domingo (5) ganhou mais emoção do que imaginávamos. Isso porque, durante a cerimônia do Globo de Ouro 2025, a atriz Viola Davis foi homenageada com o Prêmio Cecil B. DeMille – um dos mais importantes da premiação e, também, de toda a Hollywood.
“Deixe-me dizer uma coisa, não para ser uma contradição, mas quando comecei minha carreira, aceitei muitos empregos pelo dinheiro”, ela disse. “Às vezes, para uma mulher negra de pele escura, nariz largo e lábios grandes, era tudo o que havia por aí. Se eu esperasse por um papel que fosse bem elaborado e escrito para mim, bem elaborado, então eu não estaria aqui.”
Criado pela primeira vez em 1952, o prêmio honra o diretor homônimo e já foi concedido a 69 pessoas, viu? Entre eles, Denzel Washington, Sidney Poitier, Robert Redford, Barbra Streisand, Oprah Winfreye até o próprio Walt Disney.
Na noite anterior à premiação, durante a pré-festa do Globo de Ouro, Davis recebeu o prêmio e fez um discurso de 16 minutos e contou um pouco dos desafios que enfrentou na indústria do cinema.
Quando o assunto é Viola Davis, vale apena lembrar que ela ganhou seu primeiro Globo de Ouro na categoria de Atriz Coadjuvante por sua interpretação em Cercas (2016), dirigido por Denzel Washington. E que, com esse mesmo filme, ela levou também um SAG Award e um Oscar.
E, bem, podemos dizer que, até o momento, ela é a mulher negra mais indicada na história do Oscar.
Há dez anos, em 2015, Viola foi a primeira intérprete negra a ganhar um Emmy na categoria de Melhor Atriz em drama. Ela venceu por seu papel como Annalise Keating na série How To Get Away With Murder. Naquele momento, ela fez um discurso emocionante, que ressoa até hoje como inspiração.
“A ÚNICA COISA QUE DIFERENCIA AS MULHERES NEGRAS DE QUALQUER OUTRA PESSOA É A OPORTUNIDADE.“
“A única coisa que diferencia as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade”, disse Davis, emocionada. A primeira atriz negra a ser nomeada (durante quatro anos consecutivos) para esse prêmio foi Debbie Allen, pelo filme Fame, lá atrás, em 1982.
Depois dela vieram Alfre Woodard, Cicely Tyson, Regina Taylor, Kerry Washington e, também, Taraji P. Henson.
E por que Viola merece essa homenagem histórica? Explicamos: além dela ser uma artista reverenciada, ela também é ativista, filantropa e autora de livros.
Ela é uma das 27 pessoas na história a ganhar o status EGOT da indústria do cinema, que reconhece quem já foi premiado com estatuetas do Oscar, Emmy, Grammy e Tony Award.
Ela foi homenageada pela revista Time em 2017 como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 2022, ela foi homenageada com o Prêmio William O. Douglas do Public Counsel por seu comprometimento com causas de justiça social. E ela é uma das pessoas que faz com que a indústria do cinema (e o mundo) seja melhor.
Andréa Martinelli
