Os principais shoppings de Salvador serão palco de desfile surpresa de mulheres com trajes afros das Religiões de Matriz Africana, na manhã da próxima segunda-feira (25). As intervenções são para comemorar o Dia Internacional da Mulher Negra na América Latina e no Caribe, o 25 de julho, chamando a atenção de empresários do ramo da moda para a ausência de vestimentas específicas para mulheres descendentes de africanos. A iniciativa é do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Fórum Estadual das Religiões de Matriz Africana, Rede Religiosa de Matriz Africana do Subúrbio e a Associação dos Terreiros de Cajazeiras e Águas Claras.
“Existe uma grande demanda por este tipo de roupa, mas, devido à falta dos trajes, as mulheres são obrigadas a consumirem os produtos confeccionados segundo a moda européia”, explica a coordenadora nacional de políticas de gênero do Coletivo de Entidades Negras (CEN), Lindinalva de Paula.
Para o presidente da Comissão de Promoção de Igualdade (CEPI) do Legislativo baiano, deputado Bira Corôa (PT-BA), “não há justifica para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo venderem estes produtos e a Bahia ficar de fora”. Segundo realizadores da mostra dos trajes, as peças são vendidas por preço superior a R$ 150.
Bira destaca que a data tem uma representação ainda mais forte na Bahia, “pelo número de mulheres negras que aqui vivem”. E conclui: “Ao trabalharmos o tema com as comunidades, queremos disseminar informação e contribuir para o fortalecimento das políticas públicas que visam a igualdade e o combate à discriminação”.
HISTÓRIA – Entre os dias 19 e 25 de julho de 1992, mulheres negras de mais de 70 países reuniram-se na República Dominicana para a realização do 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe. A partir de então, 25 de julho ficou considerado marco internacional da luta e da resistência da mulher negra em relação à opressão de gênero e de etnia. Para celebrar a data na Bahia, entidades e a CEPI, com o apoio da Cese, CUT e da secretaria estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) promovem, de 23 a 30 de julho, atividades educativas que incluem encontro de mulheres negras e quilombolas; mostra de trajes afros; oficinas, mostra de vídeos e roda de diálogos em escolas; entrega de troféu, dentre outras.
Fonte: CEN